{"id":10797,"date":"2024-04-01T09:27:05","date_gmt":"2024-04-01T09:27:05","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=10797"},"modified":"2024-04-11T07:47:33","modified_gmt":"2024-04-11T07:47:33","slug":"caminhos-cruzados-da-defesa-nacional-e-europeia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/caminhos-cruzados-da-defesa-nacional-e-europeia\/","title":{"rendered":"\u201cCaminhos cruzados da Defesa Nacional e Europeia\u201d"},"content":{"rendered":"\n

5\u00aa \u201cEdi\u00e7\u00e3o Europa\u201d das Tert\u00falias EDJ<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Introdu\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A Uni\u00e3o Europeia enfrenta desafios complexos em defesa e seguran\u00e7a, com press\u00f5es nas fronteiras devido \u00e0 migra\u00e7\u00e3o irregular e instabilidade pol\u00edtica nos pa\u00edses vizinhos. O terrorismo, tanto isl\u00e2mico quanto de extrema-direita, representa uma amea\u00e7a significativa. A depend\u00eancia crescente de tecnologia digital exp\u00f5e a UE a amea\u00e7as cibern\u00e9ticas sofisticadas, enquanto a hibridiza\u00e7\u00e3o de amea\u00e7as combina m\u00e9todos convencionais e n\u00e3o convencionais.<\/p>\n\n\n\n

A vulnerabilidade estrat\u00e9gica devido \u00e0 depend\u00eancia de fornecedores externos e a falta de coordena\u00e7\u00e3o entre os Estados membros limitam a efic\u00e1cia da pol\u00edtica de defesa da UE. A rivalidade entre grandes pot\u00eancias como R\u00fassia e China, juntamente com incertezas sobre o compromisso dos EUA, gera preocupa\u00e7\u00f5es adicionais. Diante disso, \u00e9 essencial uma abordagem abrangente e multissetorial, fortalecendo as institui\u00e7\u00f5es europeias e promovendo uma coopera\u00e7\u00e3o mais estreita entre os Estados membros.<\/p>\n\n\n\n

Este tema foi debatido na primeira Tert\u00falia desta 5\u00aa Edi\u00e7\u00e3o das Tert\u00faliasEDJ, dedicada \u00e0 Uni\u00e3o Europeia, em ano de elei\u00e7\u00f5es europeias. Esta \u201cEdi\u00e7\u00e3o Europa\u201d arranca com o mote \u201cCaminhos cruzados da Defesa Nacional e Europeia\u201d e contou com a presen\u00e7a do Major-General Isidro de Morais Pereira.<\/p>\n\n\n\n

<\/a>A Entrevista<\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/a>1. Os problemas da defesa coletiva da Uni\u00e3o Europeia<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A Europa est\u00e1 a demonstrar uma lentid\u00e3o e uma falta de dilig\u00eancia preocupantes. As pol\u00edticas europeias relacionadas com a defesa devem ser direcionadas sempre com vista a mobilizar a opini\u00e3o p\u00fablica, sobretudo os jovens. S\u00e3o os jovens que acabam por enfrentar conflitos armados, e para garantir a capacidade de defesa, \u00e9 crucial que compreendam a import\u00e2ncia de preservar os valores fundamentais nos quais a Europa se baseia.<\/p>\n\n\n\n

O mundo foi moldado pelo p\u00f3s-Segunda Guerra Mundial, e agora tornou-se evidente que a Europa necessita de mudan\u00e7as. A seguran\u00e7a proporcionada pela ordem global j\u00e1 estabelecida permitiu \u00e0 Europa relaxar, desinvestindo na sua defesa em favor do Estado Social. No entanto, os nossos aliados come\u00e7aram a pressionar e a exigir que a Europa assuma uma parte da responsabilidade pela sua pr\u00f3pria defesa, utilizando parte da sua riqueza para este fim.<\/p>\n\n\n\n

<\/a>2. Como convencer o eleitorado europeu da import\u00e2ncia em investir na defesa?<\/strong><\/p>\n\n\n\n

A seguran\u00e7a \u00e9 essencial para garantir a prosperidade. Ao olharmos para \u00c1frica, \u00e9 not\u00f3rio que o continente n\u00e3o consegue atrair investimentos devido \u00e0 sua falta de seguran\u00e7a. A Uni\u00e3o Europeia ainda n\u00e3o compreende totalmente que est\u00e1 rodeada por desafios existenciais. Os governos europeus falharam em criar essa perce\u00e7\u00e3o. Analisemos a situa\u00e7\u00e3o na Escandin\u00e1via, nos B\u00e1lticos e na Europa de Leste.<\/p>\n\n\n\n

Nos B\u00e1lticos, existe uma preocupa\u00e7\u00e3o significativa devido \u00e0 proximidade com a R\u00fassia e \u00e0s tens\u00f5es hist\u00f3ricas na regi\u00e3o. Estes pa\u00edses t\u00eam refor\u00e7ado as suas defesas e procurado maior apoio da NATO e da Uni\u00e3o Europeia para enfrentar potenciais amea\u00e7as \u00e0 sua soberania e integridade territorial.<\/p>\n\n\n\n

Na Escandin\u00e1via, apesar de tradicionalmente considerada uma regi\u00e3o est\u00e1vel, tem havido um aumento das preocupa\u00e7\u00f5es com a seguran\u00e7a devido \u00e0 deteriora\u00e7\u00e3o das rela\u00e7\u00f5es com a R\u00fassia, bem como \u00e0s crescentes amea\u00e7as cibern\u00e9ticas e h\u00edbridas. Pa\u00edses como a Su\u00e9cia t\u00eam revisto as suas pol\u00edticas de defesa e coopera\u00e7\u00e3o internacional para fazer face a estes desafios.<\/p>\n\n\n\n

Na Europa de Leste, persistem preocupa\u00e7\u00f5es com a seguran\u00e7a devido \u00e0 instabilidade em regi\u00f5es como os Balc\u00e3s e a situa\u00e7\u00e3o na Ucr\u00e2nia. Al\u00e9m disso, existem quest\u00f5es relacionadas com o autoritarismo em alguns pa\u00edses da regi\u00e3o e com as tentativas de influ\u00eancia externa, particularmente da R\u00fassia.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 crucial sensibilizar todos para os problemas atrav\u00e9s da verdade e de uma ret\u00f3rica convincente. \u00c9 fundamental informar sobre o Tratado de Washington para n\u00e3o criar a ilus\u00e3o de que a defesa \u00e9 apenas garantida, deve ser assegurada previamente.<\/p>\n\n\n\n

Olhemos para o caso de Portugal, que beneficia por estar distante da linha de frente e tem condi\u00e7\u00f5es ideais para estabelecer uma Base Industrial tanto para si como para os aliados.<\/p>\n\n\n\n

A capacidade europeia n\u00e3o necessita de ser independente da NATO, mas sim integrada, de modo a evitar a duplica\u00e7\u00e3o de gastos que poderiam tornar-se ineficazes. A UE precisa de estabelecer uma estrutura de comando pol\u00edtico e militar que integre as capacidades comunit\u00e1rias e procure colmatar as defici\u00eancias existentes.<\/p>\n\n\n\n

A UE carece de capacidade de proje\u00e7\u00e3o e de intelig\u00eancia, assim como de uma rede de sat\u00e9lites, e perante o desconhecimento dos resultados eleitorais nos EUA, uma coisa \u00e9 certa: os EUA parecem estar encaminhados numa posi\u00e7\u00e3o de maior isolacionismo, pelo menos face \u00e0 responsabilidade perante a Defesa da Europa.<\/p>\n\n\n\n

<\/a>3. As For\u00e7as Armadas e o populismo<\/strong><\/p>\n\n\n\n

As For\u00e7as Armadas desempenham um papel crucial na defesa da liberdade, da p\u00e1tria e da constitui\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, t\u00eam a responsabilidade de fomentar uma mentalidade c\u00edvica e de cidadania entre os cidad\u00e3os. No entanto, enfrentam desafios na realiza\u00e7\u00e3o deste papel, devido \u00e0 dificuldade de recrutar cidad\u00e3os para os seus quart\u00e9is. \u00c9 essencial que os militares sejam valorizados e reconhecidos pelo seu papel na sociedade.<\/p>\n\n\n\n

Para cumprir eficazmente estas miss\u00f5es, \u00e9 fundamental que haja uma articula\u00e7\u00e3o estreita com o poder pol\u00edtico. Deve existir uma uni\u00e3o de interesses entre as For\u00e7as Armadas e o poder pol\u00edtico, especialmente no contexto da prepara\u00e7\u00e3o da defesa europeia, que necessita de ser realizada em tempo recorde. Esta colabora\u00e7\u00e3o \u00e9 essencial para garantir a seguran\u00e7a e a defesa eficazes da Europa.<\/p>\n\n\n\n

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29 de mar\u00e7o de 2024<\/p>\n\n\n\n

Vitaliy Venislavskyy<\/strong><\/strong>
EuroDefense Jovem-Portugal<\/em><\/p>\n\n\n\n


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A Tert\u00falia<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Para aceder ao epis\u00f3dio, basta clicar no seguinte link: https:\/\/open.spotify.com\/episode\/082I6D8oI6FWGOLVgGPZun?si=a61780ccb6a84a50<\/a><\/p>\n\n\n\n

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NOTA<\/strong>:<\/mark><\/p>\n\n\n\n