{"id":159,"date":"2016-11-06T08:56:35","date_gmt":"2016-11-06T08:56:35","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=159"},"modified":"2021-02-11T17:58:39","modified_gmt":"2021-02-11T17:58:39","slug":"as-eleicoes-americanas-e-a-autonomia-estrategica-da-europa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/as-eleicoes-americanas-e-a-autonomia-estrategica-da-europa\/","title":{"rendered":"As elei\u00e7\u00f5es americanas e a autonomia estrat\u00e9gica da Europa"},"content":{"rendered":"\n

Come\u00e7o por esclarecer que este artigo n\u00e3o visa comentar as diferen\u00e7as entre os candidatos finais \u00e0 Casa Branca nem falar dos respetivos m\u00e9ritos e dem\u00e9ritos, se \u00e9 que existem ambos nos dois. Isso est\u00e1 exaustivamente feito por muitos. Ao contr\u00e1rio, pretendo falar sobre um ponto comum aos dois que interessa diretamente aos europeus e que, como tal, vai ser algo com que se ter\u00e1 que lidar, qualquer que seja o vencedor.<\/p>\n\n\n\n

Entre v\u00e1rios motivos de inquieta\u00e7\u00e3o, nas mais variadas \u00e1reas, com que os europeus seguem o processo eleitoral nos EUA, alguns c\u00edrculos de opini\u00e3o t\u00eam-se preocupado, em especial, sobre o poss\u00edvel impacto do desfecho das elei\u00e7\u00f5es na forma como o novo Presidente encarar\u00e1 os compromissos com a Europa na \u00e1rea da seguran\u00e7a e defesa.<\/p>\n\n\n\n

As declara\u00e7\u00f5es do candidato republicano Donald Trump em que acusa os europeus de n\u00e3o estarem a fazer tanto quanto deviam no \u00e2mbito da sua participa\u00e7\u00e3o da NATO criaram alarme em v\u00e1rios setores, em particular nos que encaram a R\u00fassia como uma amea\u00e7a existencial e v\u00eam na NATO a garantia da sua defesa. Trump \u2013 conv\u00e9m lembrar \u2013 questionou a validade do compromisso de defesa coletiva, tal como formalizado no artigo 5\u00ba do Tratado do Atl\u00e2ntico Norte se n\u00e3o se chegar a uma coopera\u00e7\u00e3o equilibrada no esfor\u00e7o militar entre os dois lados do Atl\u00e2ntico.<\/p>\n\n\n\n

Trump sabe, no entanto, que o que diz vai ao encontro de uma maioria da opini\u00e3o p\u00fablica americana que se mostra cansada da deficiente distribui\u00e7\u00e3o desse esfor\u00e7o militar, apesar da a NATO continuar a ser vista por 77% dos americanos como uma boa alian\u00e7a[1]<\/a>. Ali\u00e1s, Trump n\u00e3o disse nada que n\u00e3o tenha sido dito anteriormente, em diversas ocasi\u00f5es, por pol\u00edticos e at\u00e9 altos respons\u00e1veis da administra\u00e7\u00e3o americana. Por exemplo, o senador John McKein, Robert Gates em discurso de despedida em reuni\u00e3o da NATO e o pr\u00f3prio Presidente Obama.<\/p>\n\n\n\n

Julgam alguns que, com Hilary Clintou, a Europa pode beneficiar de um relacionamento transatl\u00e2ntico mais \u201cpac\u00edfico\u201d, at\u00e9 talvez merecer mais aten\u00e7\u00e3o do que a que lhe deu o Presidente Obama. No entanto, Clinton n\u00e3o vai poder dar-se ao luxo de ignorar as press\u00f5es de uma agenda interna de cariz populista que est\u00e1 na origem do que conseguiram os seus diretos rivais (Trump e Sanders).<\/p>\n\n\n\n

\u00abThe U.S. presidential election has revealed the strength of populist sentiments that will likely affect its foreign policy in the coming years, regardless of whether Hillary Clinton or Donald Trump is elected. Emboldened populist forces will drive a greater focus on domestic issues and put limits on the attention and resources that the next administration can devote to more action abroad.\u00bb (Timo Lochocki and Jennifer Diamond, \u201cPopulism in the United States, France and Germany could have Foreign Policy unexpected consequences\u201d)<\/em><\/p>\n\n\n\n

Uma eventual pol\u00edtica de \u201cregresso\u201d \u00e0 Europa \u2013 se \u00e9 que essa hip\u00f3tese est\u00e1 em cima da mesa \u2013 n\u00e3o resistir\u00e1 a um continuado desencontro de compromissos militares por parte dos europeus nem ir\u00e1 alterar a prioridade dada por Obama \u00e0 \u00c1sia\/Pac\u00edfico (\u201cPivot to Asia\u201d<\/em>), que Hilary Clinton protagonizou, como secret\u00e1ria de Estado. Em resumo, neste campo, n\u00e3o s\u00e3o de esperar diferen\u00e7as significativas nas posturas dos dois candidatos, n\u00e3o obstante o discurso politicamente incorreto de Trump as sugerir.<\/p>\n\n\n\n

Como lembrava Michael Leigh,[2]<\/a> em recente artigo[3]<\/a>, os europeus, qualquer que seja o desfecho eleitoral, devem preparar-se para mudan\u00e7as na postura dos EUA que poder\u00e3o n\u00e3o ser as desejadas.<\/p>\n\n\n\n

A resposta a estas quest\u00f5es pode estar na estrat\u00e9gia global que a Alta Representante da Uni\u00e3o Europeia para os Neg\u00f3cios Estrangeiros e Pol\u00edtica de Seguran\u00e7a, Frederica Mogherini, apresentou ao Conselho Europeu a 28 de junho e cujas orienta\u00e7\u00f5es principais s\u00e3o as duas seguintes: a. Procura de autonomia estrat\u00e9gica, o que em termos de seguran\u00e7a e defesa corresponde \u00e0 capacidade de atuar militarmente de forma aut\u00f3noma[4]<\/a>; b. O assumir do compromisso que cabe \u00e0 Uni\u00e3o Europeia, e n\u00e3o \u00e0 NATO, a responsabilidade prim\u00e1ria, mas n\u00e3o exclusiva, pela seguran\u00e7a da Europa.<\/p>\n\n\n\n

Infelizmente n\u00e3o \u00e9 claro, nem para os europeus \u2013 muito menos para os americanos \u2013 que exista vontade pol\u00edtica para concretizar as orienta\u00e7\u00f5es estabelecidas. H\u00e1 demasiados antecedentes deste tipo de desfecho. O mais \u00f3bvio \u00e9 o da c\u00e9lebre promessa de elevar os encargos com Defesa para o n\u00edvel dos 2% do PIB, promessa que se repete h\u00e1 quase duas d\u00e9cadas, sem ter sido cumprida. Em Portugal, assumiu a forma de um compromisso com honras de inscri\u00e7\u00e3o no Conceito Estrat\u00e9gico de Defesa Nacional entre 2003 e 2013, mas nunca observado.<\/p>\n\n\n\n

Esta falta de credibilidade, mais tarde ou mais cedo, ser\u00e1 ultrapassada, acredito eu. No entanto, para evitar que isso venha a acontecer numa situa\u00e7\u00e3o cr\u00edtica, ser\u00e1 necess\u00e1ria uma decis\u00e3o oportuna dos lideres europeus. Se esta faltar, acabar\u00e1 por ser o avolumar da press\u00e3o da instabilidade e inseguran\u00e7a que se instalou na vizinhan\u00e7a pr\u00f3xima da Europa, e que n\u00e3o desaparecer\u00e1 miraculosamente, que ditar\u00e1 medidas apressadas. Tudo ser\u00e1 muito mais complicado.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 este o assunto que devia ser objeto das inquieta\u00e7\u00f5es europeias e n\u00e3o as declara\u00e7\u00f5es de Trump ou a prov\u00e1vel postura de Clinton neste campo espec\u00edfico, que, conforme acima referido, difere muito no tom mas n\u00e3o significativamente no conte\u00fado da do rival.<\/p>\n\n\n\n

O que \u00e9 verdadeiramente inquietante \u00e9 o facto de a Europa continuar longe de ter capacidade para atuar, autonomamente se necess\u00e1rio, nas crises que se desenvolvem na sua vizinhan\u00e7a pr\u00f3xima. Representam problemas de seguran\u00e7a que s\u00f3 podem ser enfrentados pelo coletivo europeu, mas que nem sequer s\u00e3o exatamente do \u00e2mbito de compet\u00eancias da NATO. S\u00e3o do campo da Estrat\u00e9gia Global da Uni\u00e3o Europeia, que precisa de ser desenvolvida com detalhe na vertente de seguran\u00e7a e defesa. Para Sven Biscop,[5]<\/a> um dos que mais tem lutado pela credibilidade da Pol\u00edtica Comum de Seguran\u00e7a e Defesa, o resultado desse esfor\u00e7o deve assumir a forma de um Livro Branco da Defesa Europeia:<\/p>\n\n\n\n

\u00abThe EU White Paper is essential therefore, for only an EU White Paper can answer the question that NATO does not even pose: what exactly should Europeans be capable of alone when necessary?<\/em><\/p>\n\n\n\n

Obviamente, o tema da NATO n\u00e3o se esgota na quest\u00e3o do d\u00e9fice de coopera\u00e7\u00e3o de que se queixa, ali\u00e1s justamente, o lado americano. Ali\u00e1s, esse d\u00e9fice, em princ\u00edpio, ficar\u00e1 saldado no momento em que as responsabilidades dos europeus sobre a sua pr\u00f3pria seguran\u00e7a forem assumidas como algo inalien\u00e1vel. Inclu\u00ed tamb\u00e9m, por exemplo, a quest\u00e3o do relacionamento com a R\u00fassia, que, decerto, ser\u00e1 revisto pelo futuro presidente, e a clarifica\u00e7\u00e3o do tipo de entendimento estrat\u00e9gico que deve moldar a colabora\u00e7\u00e3o NATO\/UE, tendo presente que a Alian\u00e7a n\u00e3o interessa apenas \u00e0 Europa; interessa de igual modo aos EUA, independentemente do maior ou menor contributo dos europeus.<\/p>\n\n\n\n

O caso do relacionamento com a R\u00fassia exige aceitar fazer-se uma an\u00e1lise cr\u00edtica do passado pr\u00f3ximo. Apesar da atual postura \u201cbelicosa\u201d da R\u00fassia \u2013 em que o Leste europeu se baseia para defender o refor\u00e7o da NATO \u2013 n\u00e3o \u00e9 realista tentar falar da Alian\u00e7a em fun\u00e7\u00e3o das amea\u00e7as que deram origem \u00e0 sua cria\u00e7\u00e3o. A R\u00fassia tem uma clara ambi\u00e7\u00e3o de disputar a hegemonia de que o Ocidente tem desfrutado e insiste em tentar demonstrar que os problemas com que o mundo se debate n\u00e3o ser\u00e3o resolvidos sem a sua participa\u00e7\u00e3o, isto \u00e9, apenas pelos EUA. Recentes declara\u00e7\u00f5es de Lavrov deixam bem claro que para Moscovo n\u00e3o chega ser ouvido. \u00c9 preciso que seja tamb\u00e9m parte da solu\u00e7\u00e3o:<\/p>\n\n\n\n

\u00abIf you remember a few months ago (President Barack) Obama said just that: \u2018We are the ones who should lay down the rules. If this is the way our American partners think, it means we will have to go through a painful period of realization that no one can do anything on their own.\u00bb<\/em><\/p>\n\n\n\n

O caso da anexa\u00e7\u00e3o da Crimeia demonstra que a R\u00fassia n\u00e3o deixar\u00e1 de reagir quando sentir em causa \u00e1reas de influ\u00eancia que considera vitais para a sua seguran\u00e7a, sendo que o caso da Ucr\u00e2nia e da Ge\u00f3rgia eram conhecidos pelo Ocidente como estando nesse campo. N\u00e3o demonstra que tenha ambi\u00e7\u00f5es territoriais. Mas se esse tipo de amea\u00e7a regressar, o apoio dos EUA nunca decerto faltar\u00e1, seja qual for a forma de entendimento estrat\u00e9gico da Europa. Nesse caso n\u00e3o seria s\u00f3 a seguran\u00e7a da Europa a ficar em causa; ficariam tamb\u00e9m interesses elementares dos EUA.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/p>\n\n\n\n

Alexandre Reis Rodrigues<\/strong><\/strong><\/strong>
Associado<\/p>\n\n\n\n

O Vice-Almirante  Alexandre Reis Rodrigues, como oficial subalterno, serviu na Guin\u00e9-Bissau, no Destacamento n\u00ba7 de Fuzileiros Especiais. Os per\u00edodos de mar inclu\u00edram o comando do patrulha Cunene em Angola, a chefia do estado-maior e o comando de um Grupo Naval, o comando da fragata Roberto Ivens, num per\u00edodo de atribui\u00e7\u00e3o \u00e0 For\u00e7a Naval Permanente do Atl\u00e2ntico, da qual foi seguidamente chefe do respectivo estado-maior internacional e comandante.
Cargos em terra inclu\u00edram quatro anos na chefia da Divis\u00e3o de Opera\u00e7\u00f5es do Estado-Maior do ent\u00e3o Comando Naval do Continente e cinco anos no Estado-Maior da Armada, primeiro na chefia da Divis\u00e3o de Opera\u00e7\u00f5es e depois na chefia da Divis\u00e3o de Planeamento.
Em terra, como oficial-general, foi Superintendente dos Servi\u00e7os de Material da Armada, Comandante Naval, Comandante do Quartel-General da NATO em Oeiras e comandante da EUROMARFOR, uma for\u00e7a naval incluindo navios da Fran\u00e7a, It\u00e1lia, Espanha e Portugal. Concluiu a sua carreira na Marinha como Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, ap\u00f3s o que foi vice-presidente da Comiss\u00e3o de Rela\u00e7\u00f5es Internacionais da Sociedade de Geografia de Lisboa, entre 2003 e 2007, vice presidente da Atlantic Treaty Association, entre 2003 e 2006, e secret\u00e1rio geral e depois vice presidente da Comiss\u00e3o Portuguesa do Atl\u00e2ntico entre 2001 e 2015.
Tem escrito sobre assuntos de defesa em jornais e revistas, proferido confer\u00eancias e publicou os livros \u201cNos Meandros da Pol\u00edtica de Defesa\u201d (2002), \u201cDefesa e Rela\u00e7\u00f5es Internacionais\u201d (2004), \u201cJunho de 1998 \u2013 Bissau em Chamas\u201d (co-autor) (2007) e \u201cPlaneamento militar por capacidades \u2013 Uma vis\u00e3o pol\u00edtico-estrat\u00e9gica\u201d (2015). \u00c9 membro do Conselho Consultivo da Revista RI \u2013 Rela\u00e7\u00f5es Internacionais, do Conselho Editorial da Revista Seguran\u00e7a e Defesa e do Conselho Cient\u00edfico do Centro de Investiga\u00e7\u00e3o de Seguran\u00e7a e Defesa do IESM.<\/p>\n\n\n\n

[1]<\/a> Pew Research Survey, early 2016.<\/em><\/p>\n\n\n\n

[2]<\/a> Senior Fellow do German Marshall Fund of the United<\/em> States, especialista em pol\u00edtica de UE para a Vizinhan\u00e7a Pr\u00f3xima, M\u00e9dio Oriente, Mediterr\u00e2neo e futuro da UE.<\/p>\n\n\n\n

[3]<\/a> \u201cDisdain for EU from President Trump, tough love from President Clinton\u201d.<\/em><\/p>\n\n\n\n

[4]<\/a> Autonomamente em rela\u00e7\u00e3o aos EUA mas n\u00e3o necessariamente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 NATO.<\/p>\n\n\n\n

[5]<\/a> \u201cAll or nothing? The EU Global Strategy and Defense Policy after Brexit\u201d<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Come\u00e7o por esclarecer que este artigo n\u00e3o visa comentar as diferen\u00e7as entre os candidatos finais \u00e0 Casa Branca nem falar dos respetivos m\u00e9ritos e dem\u00e9ritos, se \u00e9 que existem ambos nos dois. Isso est\u00e1 exaustivamente feito por muitos. Ao contr\u00e1rio, pretendo falar sobre um ponto comum aos dois que interessa diretamente aos europeus e que,… Ler mais »As elei\u00e7\u00f5es americanas e a autonomia estrat\u00e9gica da Europa<\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":2948,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"neve_meta_sidebar":"","neve_meta_container":"","neve_meta_enable_content_width":"","neve_meta_content_width":0,"neve_meta_title_alignment":"","neve_meta_author_avatar":"","neve_post_elements_order":"","neve_meta_disable_header":"","neve_meta_disable_footer":"","neve_meta_disable_title":"","footnotes":""},"categories":[17],"tags":[],"class_list":["post-159","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-historico"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/159","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=159"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/159\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":2734,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/159\/revisions\/2734"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/2948"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=159"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=159"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=159"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}