{"id":183,"date":"2017-02-23T09:42:32","date_gmt":"2017-02-23T09:42:32","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=183"},"modified":"2021-02-11T18:21:31","modified_gmt":"2021-02-11T18:21:31","slug":"e-se-renovassemos-um-designio-nacional","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/e-se-renovassemos-um-designio-nacional\/","title":{"rendered":"E se renov\u00e1ssemos um des\u00edgnio nacional?"},"content":{"rendered":"\n

Na nossa j\u00e1 longa Hist\u00f3ria, obtida a independ\u00eancia do nosso rect\u00e2ngulo peninsular e estabilizada a vida nacional, cedo compreendemos que o local era curto para os nossos anseios de algo mais amplo e com horizontes mais vastos que, inclusiv\u00e9, nos fizessem sonhar.<\/p>\n\n\n\n

Assim, ser\u00e1 mais f\u00e1cil entender que passados poucos anos sobre uma muito grave crise nacional, a de 1385, em que \u00edamos perdendo a nossa liberdade como Na\u00e7\u00e3o, nos aventur\u00e1ssemos com D. Jo\u00e3o I a irmos sediar-nos no Norte de \u00c1frica, o que continuou com D. Afonso V e se confirmou de vez com D. Jo\u00e3o II.<\/p>\n\n\n\n

Sendo na \u00e9poca cerca de um milh\u00e3o de pessoas, n\u00e3o ter\u00e1 sido por falta de espa\u00e7o que a nobreza, o clero e o povo se uniram em torno de um sonho que se tornou realidade e perdurou por mais de cinco s\u00e9culos.<\/p>\n\n\n\n

Aqui chegados, afigura-se que uma vez mais o agora espa\u00e7o europeu sofre dos mesmos constrangimentos do passado, que nos impulsionaram para o exterior do rect\u00e2ngulo peninsular.<\/p>\n\n\n\n

Por raz\u00f5es geogr\u00e1ficas, pelo pendor para os grandes espa\u00e7os, o mar tem sido para n\u00f3s um p\u00f3lo fundamental de atrac\u00e7\u00e3o que n\u00e3o desapareceu, mesmo que aparente estar profundamente adormecido.<\/p>\n\n\n\n

Nestes termos, com o alargamento da \u00e1rea mar\u00edtima a nosso cargo, em aprecia\u00e7\u00e3o na ONU e que muito nos interessa, reabre-se uma janela de incentiva\u00e7\u00e3o como des\u00edgnio nacional quanto a possibilidades de concretiza\u00e7\u00e3o e de realiza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Afirma\u00e7\u00e3o \u00e0 escala global com a CPLP<\/strong><\/p>\n\n\n\n

Mais ainda, parecendo haver agora motiva\u00e7\u00e3o bastante para dinamizar a CPLP, uma jun\u00e7\u00e3o de esfor\u00e7os com Cabo Verde ainda mais daria consist\u00eancia ao sonho do mar voltar a poder ser um p\u00f3lo forte de uni\u00e3o e de afirma\u00e7\u00e3o \u00e0 escala global, libertando-nos da vis\u00e3o perif\u00e9rica que muitos europeus t\u00eam em rela\u00e7\u00e3o a n\u00f3s, com a consequente redu\u00e7\u00e3o de influ\u00eancia ao nosso alcance.<\/p>\n\n\n\n

Por outro lado, h\u00e1 quem nos considere uma \u00abjangada \u00e0 deriva\u00bb no mar. Mas, se lhe dermos uma b\u00fassola e um moderno astrol\u00e1bio, logo tomar\u00e3o consci\u00eancia de que sabemos para onde vamos e o que queremos!<\/p>\n\n\n\n

Afigura-se, de facto, que \u00e9 for\u00e7oso sobrevoar as questi\u00fanculas internas sobrecarregadas com uma \u00abpartidarite\u00bb exacerbada, que a nada conduz, mas fatiga e exaspera, sem resultados que mere\u00e7am a pena citar.<\/p>\n\n\n\n

Se, ao inv\u00e9s nos reunirmos em torno de um des\u00edgnio nacional v\u00e1lido que nos impulsione, nos engrande\u00e7a, e que reponha o nosso querer mais \u00edntimo, talvez seja poss\u00edvel ultrapassar a vis\u00e3o do pequenino Pa\u00eds localizado na periferia atl\u00e2ntica, para o qual os mais poderosos europeus t\u00eam ideias e solu\u00e7\u00f5es que n\u00e3o s\u00e3o do nosso interesse.<\/p>\n\n\n\n

\"FAPPara a realiza\u00e7\u00e3o do nosso sonho necessitamos de mais meios navais e aeron\u00e1uticos, o que seria uma lufada de ar fresco para a nossa ind\u00fastria naval e um grande incentivo para a nossa nascente ind\u00fastria aeron\u00e1utica e o efeito de arrastamento que esta suscita.<\/p>\n\n\n\n

Na verdade, \u00e9 sem d\u00favida imperioso libertarmo-nos da discuss\u00e3o doentia da d\u00favida, dos juros a pagar e dos compromissos a cumprir, tudo quest\u00f5es importantes que n\u00e3o podemos ignorar e menosprezar. Mas, \u00e9 igualmente indispens\u00e1vel que, em paralelo, exista um \u00abdes\u00edgnio nacional\u00bb que nos sacuda da letargia onde nos encontramos.<\/p>\n\n\n\n

O mar  que sempre nos rodeou continua onde sempre esteva e teremos de ser n\u00f3s, uma vez mais, a ir ao seu contro e possibilidades que oferece.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/p>\n\n\n\n

Jos\u00e9 Lemos Ferreira<\/strong><\/strong><\/strong>
Presidente do Conselho Consultivo<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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