{"id":189,"date":"2017-04-17T09:50:44","date_gmt":"2017-04-17T09:50:44","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=189"},"modified":"2021-02-11T18:20:54","modified_gmt":"2021-02-11T18:20:54","slug":"a-russia-e-o-neo-eurasianismo","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/a-russia-e-o-neo-eurasianismo\/","title":{"rendered":"A R\u00fassia e o neo-Eurasianismo"},"content":{"rendered":"\n

O pensamento neo-eurasianista \u00e9 o que mais se alinha \u00e0 pol\u00edtica russa atual, o neo-eurasianismo p\u00f5e-se como uma alternativa \u00e0 filosofia ocidental e \u00e0 economia, ser\u00e1 uma mistura entre geopol\u00edtica e espiritualidade tradicional, tendo em Alexander Dugin um dos principais te\u00f3ricos. Ao longo da hist\u00f3ria tem existido uma competi\u00e7\u00e3o constante entre as duas grandes esferas, a terrestre e a mar\u00edtima. Na Hist\u00f3ria antiga, as pot\u00eancias que se tornaram em s\u00edmbolos da \u201cciviliza\u00e7\u00e3o mar\u00edtima\u201d foram a Fen\u00edcia e Cartago. O imp\u00e9rio terrestre que se lhes opunha era Roma. Os EUA s\u00e3o uma pot\u00eancia mar\u00edtima assim como a Gr\u00e3-Bretanha. Tal como a Fen\u00edcia, a Gr\u00e3\u2011Bretanha utilizou o com\u00e9rcio mar\u00edtimo e a coloniza\u00e7\u00e3o das regi\u00f5es costeiras como o seu instrumento b\u00e1sico de dom\u00ednio. Criaram um padr\u00e3o de civiliza\u00e7\u00e3o, mercantil e capitalista, baseada nos princ\u00edpios do liberalismo econ\u00f3mico, pode assim dizer\u2011se que a generalidade das civiliza\u00e7\u00f5es mar\u00edtimas tem estado sempre ligada \u00e0 primazia da economia sobre a pol\u00edtica. J\u00e1 Roma dava prioridade ao controlo civil e administrativo, dando a primazia \u00e0 pol\u00edtica em detrimento da economia. \u00c9 um exemplo de pot\u00eancia continental, com a assimila\u00e7\u00e3o dos povos conquistados, que foram romanizados ap\u00f3s a conquista. Para os Eurasianistas, os seus sucessores s\u00e3o os Imp\u00e9rios Russo, Austro\u2011H\u00fangaro e Alem\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Para melhor entendermos a R\u00fassia temos que recuar no tempo at\u00e9 1206, ano em que Genghis Khan tem o sonho de conquistar o mundo e entre 1223 e 1240 aproximadamente, os v\u00e1rios principados Russos foram caindo perante os Mong\u00f3is, que exerceram o seu poder durante 250 anos. A \u201cHorda Dourada\u201d exerceu a sua forma de governo descentralizado atrav\u00e9s de \u201cKhanatos\u201d sujeitando os pr\u00edncipes Russos e os seus s\u00fabditos a um sistema opressor que lhes exigia elevad\u00edssimos tributos, levando a uma estagna\u00e7\u00e3o por parte da R\u00fassia, que foi aproveitada pelos seus vizinhos que foram assim ocupando partes do seu territ\u00f3rio. Estes acontecimentos deixaram profundas cicatrizes da na\u00e7\u00e3o Russa, que ainda hoje se reflete na agressividade da sua politica externa. O dom\u00ednio e opress\u00e3o Mongol termina com Ivan III \u201co Grande\u201d que foi o pr\u00edncipe de Moscovo no s\u00e9culo XV, posteriormente Ivan IV \u201co Terr\u00edvel\u201d continuou a reconquistar terras aos Mong\u00f3is anexando-as a Moscovo que se expandia rapidamente por volta de 1553-1555, apenas restando a Crimeia como \u00faltimo reduto dos T\u00e1rtaros e devido \u00e0 prote\u00e7\u00e3o do Imperio Otomano, tendo sido conquistada pouco depois ap\u00f3s a derrota dos T\u00e1rtaros na batalha do Ugra. A expans\u00e3o do territ\u00f3rio russo teve in\u00edcio no s\u00e9culo XVI, mas foi com Pedro I (O Grande) que a R\u00fassia come\u00e7ou uma pol\u00edtica externa mais assertiva procurando afirmar-se como uma pot\u00eancia Europeia, contribuindo para isso a vit\u00f3ria sobre a Su\u00e9cia na Grande Guerra do Norte entre 1700-1721, cimentada no tratado de Nystadt. A partir desta data a R\u00fassia estabelece-se no B\u00e1ltico, \u201csubstituindo\u201d a Su\u00e9cia como pot\u00eancia dominante do norte da Europa e abrindo assim uma porta para esta \u00faltima. Desde este per\u00edodo e at\u00e9 1917, data da revolu\u00e7\u00e3o, o imp\u00e9rio tem uma clara pol\u00edtica de expans\u00e3o tanto para o oriente como para o sul assim como para ao ocidente. A relativa estabilidade entre as pot\u00eancias europeias durou at\u00e9 \u00e0 guerra da Crimeia de 1853 a 1856, disputada entre Turquia e R\u00fassia, sendo que a Turquia foi apoiada pela Fran\u00e7a e pela Inglaterra, o que levou ao fim do conflito com a assinatura de um tratado em Paris em 1856 desfavor\u00e1vel ao Imperio Russo tendo o seu prest\u00edgio sofrido com isso. Esta derrota fez os russos voltarem a aten\u00e7\u00e3o para o Sul, C\u00e1ucaso e \u00c1sia central assim como para o extremo oriente. Este alargamento de fronteiras para o oriente foi avan\u00e7ando at\u00e9 se \u201cencontrarem\u201d com os Japoneses havendo mesmo uma guerra entre os dois povos em 1904-1905. Com a China os Russos assinaram os tratados de Aigun em 1858 e Pequim em 1860, j\u00e1 em 1896 Russos e Chineses assinaram o primeiro Tratado de Amizade entre ambos. Em 1904 houve novo conflito entre a R\u00fassia e o Jap\u00e3o, tendo este sido ajudado pela Gr\u00e3-Bretanha, e terminou com uma derrota russa. Durante o s\u00e9culo XVIII o Czar Paulo I procurou consolidar a presen\u00e7a Russa no Adri\u00e1tico, pela possibilidade que oferecia de prote\u00e7\u00e3o e controlo dos povos eslavos e ortodoxos dos Balc\u00e3s, j\u00e1 Alexandre I tinha a liberta\u00e7\u00e3o desses povos como objetivo. Quando em 1870 os Balc\u00e3s entraram em conflitos pela independ\u00eancia, a resposta violenta dos Turcos gerou revolta na R\u00fassia, devido ao sentimento de um conceito intr\u00ednseco de pan-eslavismo, que levou muitos Russos para o conflito. O conflito iniciado com os Turcos em 1877 terminou com o tratado de San Stefano em 1878, favorecendo os pa\u00edses eslavos mas no ano seguinte teve os seus termos revistos pelo imp\u00e9rio Austro-h\u00fangaro e pela Gr\u00e3-Bretanha, Alexandre II aceitou a media\u00e7\u00e3o da Alemanha, esta revis\u00e3o redundou as conquistas dos pa\u00edses eslavos, tendo provocado o afastamento da R\u00fassia em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Alemanha e ao imp\u00e9rio Austro-h\u00fangaro. O neo-Eurasianismo \u00e9 uma escola de pensamento que surge na R\u00fassia no ap\u00f3s a dissolu\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica, nos anos 90. Esta ideologia, corrente, baseia-se no Eurasianismo cl\u00e1ssico do in\u00edcio do s\u00e9culo XX, e em obras de pensadores, fil\u00f3sofos e historiadores no tempo da R\u00fassia Czarista, no s\u00e9culo XIX, com ra\u00edzes ainda mais antigas. Considerado o expoente m\u00e1ximo do neo-Eurasianismo e considerado pr\u00f3ximo da linha dura comunista p\u00f3s-sovi\u00e9tica, Alexander Dugin \u00e9 um geopol\u00edtico, fil\u00f3sofo, cientista pol\u00edtico, soci\u00f3logo, jornalista e analista pol\u00edtico com grande influ\u00eancia no pensamento geopol\u00edtico da Russia p\u00f3s-Sovi\u00e9tica, com muita influ\u00eancia na pol\u00edtica Russa, tendo ocupado cargos na Duma, com influ\u00eancia na pol\u00edtica externa dos governos de Putin e Medvedev que tem no neo-Eurasianismo um guia para as rela\u00e7\u00f5es internacionais Russas. O neo-Eurasianismo \u00e9 algo mais que uma teoria geopol\u00edtica, \u00e9 uma filosofia com v\u00e1rias carater\u00edsticas, hist\u00f3ricas e geogr\u00e1ficas, estrat\u00e9gicas e militares, culturais e sociais. \u00c9 uma filosofia que engloba o mundo n\u00e3o Ocidental, representando a uni\u00e3o dos pa\u00edses que n\u00e3o aprovam as pol\u00edticas dos Estados Unidos e da NATO, que representa a preserva\u00e7\u00e3o das tradi\u00e7\u00f5es culturais, nacionais, \u00e9tnicas e religiosas, representando formas diferentes de economia e uma sociedade mais justa, criando uma civiliza\u00e7\u00e3o que n\u00e3o necessitasse mais do modelo europeu, o neo-Eurasianismo faz parte da escola denominada Expansionista, pretendendo ser uma alternativa \u00e0 globaliza\u00e7\u00e3o, opondo-se aos Estados Unidos e aos aliados da NATO, que representam a unipolaridade e o expansionismo dos Estado Unidos juntamente com o seu modelo econ\u00f3mico e filos\u00f3fico e os seus valores liberais e democr\u00e1ticos. O neo-Eurasianismo baseia-se numa conjuga\u00e7\u00e3o de ideias, de Mackinder, a luta entre os poderes terrestres e os mar\u00edtimos; Haushofer e as suas pan-regi\u00f5es; assim como na de Brzezinski em que a R\u00fassia \u00e9 o cora\u00e7\u00e3o da Eur\u00e1sia e representa o centro das for\u00e7as terrestres, assumindo-se assim como anti-globaliza\u00e7\u00e3o e anti-hegem\u00f3nico.<\/p>\n\n\n\n

<\/strong>O neo-Eurasianismo \u00e9 um movimento que acompanha a reemerg\u00eancia da R\u00fassia enquanto ator geopol\u00edtico que procura um novo ordenamento, um ordenamento multipolar das rela\u00e7\u00f5es internacionais. O ressurgimento desse pensamento geopol\u00edtico russo que valoriza o fortalecimento do Estado Russo e a amplia\u00e7\u00e3o de sua \u00e1rea de influ\u00eancia, sobretudo no que se denomina de Eur\u00e1sia, demonstra assim o deslocamento geogr\u00e1fico da antiga \u00e1rea de influ\u00eancia sovi\u00e9tica, o Leste Europeu, para a \u00c1sia Central. J\u00e1 em 2005 George Kennan dizia em rela\u00e7\u00e3o aos Russos o seguinte, \u201cA Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica precisa ser contida. A personalidade pol\u00edtica do poder sovi\u00e9tico \u00e9 produto de ideologia e circunst\u00e2ncias. A ideologia convence os l\u00edderes russos de que a verdade est\u00e1 a seu lado. A press\u00e3o que o Imp\u00e9rio sovi\u00e9tico exerce sobre as institui\u00e7\u00f5es livres do mundo ocidental n\u00e3o pode ser combatida por sedu\u00e7\u00e3o e meras palavras; precisa ser refreada pela aplica\u00e7\u00e3o h\u00e1bil e cautelosa de uma forte for\u00e7a contr\u00e1ria. Os russos esperam por um duelo de dura\u00e7\u00e3o infinita e acreditam j\u00e1 haver contabilizado grandes \u00eaxitos. Os EUA ter\u00e3o que continuar a v\u00ea-los como um rival, n\u00e3o como um parceiro na arena pol\u00edtica.\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Organiza\u00e7\u00e3o de Coopera\u00e7\u00e3o de Xangai<\/strong><\/p>\n\n\n\n

<\/strong>No quadro do que foi anteriormente referido sobre o Eurasianismo podemos enquadrar uma organiza\u00e7\u00e3o que em 15 de Junho de 2001 foi proclamada, a Organiza\u00e7\u00e3o de Coopera\u00e7\u00e3o de Xangai, como uma organiza\u00e7\u00e3o internacional, intergovernamental e de car\u00e1ter permanente por seis pa\u00edses, Rep\u00fablica Popular da China, Federa\u00e7\u00e3o Russa, Rep\u00fablica do Cazaquist\u00e3o, Rep\u00fablica do Quirguist\u00e3o, Rep\u00fablica do Tadjiquist\u00e3o e Rep\u00fablica do Uzbequist\u00e3o. Esta organiza\u00e7\u00e3o tem ainda como pa\u00edses observadores o Afeganist\u00e3o, a India, o Ir\u00e3o, a Mong\u00f3lia e o Paquist\u00e3o. Como parceiros de di\u00e1logo est\u00e3o a Bielorr\u00fassia, a Turquia e o Sri-Lanka. Os estados membros da OCS ocupam aproximadamente um quinto do territ\u00f3rio mundial e tr\u00eas quintos da eur\u00e1sia, e um quarto da popula\u00e7\u00e3o mundial. A OCS pretende estabelecer uma \u00e1rea de livre com\u00e9rcio at\u00e9 ao ano de 2020, sendo pouco prov\u00e1vel que consiga o n\u00edvel de integra\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Europeia, j\u00e1 que pretende manter a soberania dos Estados a todos os n\u00edveis. \u00c9 no seio desta organiza\u00e7\u00e3o que se t\u00eam celebrado acordos bilaterais entre a R\u00fassia e a China referentes a combust\u00edveis f\u00f3sseis e compra de armamento russo por parte da China e do Ir\u00e3o, sendo que a R\u00fassia \u00e9 um dos maiores exportadores mundiais de petr\u00f3leo e g\u00e1s, tanto para a Europa como para estas zonas do globo.\"Petr\u00f3leo<\/p>\n\n\n\n

Nota do autor:<\/p>\n\n\n\n

Resumo de trabalho efetuado no decurso do Mestrado em Rela\u00e7\u00f5es Internacionais para a disciplina de \u201cR\u00fassia e espa\u00e7o p\u00f3s-Sovi\u00e9tico\u201d em 4 de junho de 2015.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/p>\n\n\n\n

Valter Cl\u00e1udio<\/strong><\/strong><\/strong>
Vogal do Conselho Fiscal<\/p>\n\n\n\n

Consultas:<\/em><\/p>\n\n\n\n

Federal State Statistics Service, Russian Federation: (http:\/\/www.gks.ru\/wps\/wcm\/connect\/rosstat_main\/rosstat\/en\/main\/).<\/p>\n\n\n\n

The fourth political theory: (http:\/\/www.4pt.su\/pt-br\/content\/id%C3%A9ia-eurasiana).<\/p>\n\n\n\n

Matthieu Thery: (http:\/\/www.matthieuthery.com\/energy\/fossil-energy\/crude-oil\/crude-oil-geography\/asia\/).<\/p>\n\n\n\n

Laruelle, Marlene(2006) Aleksadr Dugin: A Russian Version of the European Radical Right? Ocasional Paper #294. Kennan Institute. Washington: Woodrow Wilson International Center for Scholars.<\/p>\n\n\n\n

Santos, Eduardo Eug\u00e9nio Silvestre dos (Tenente\u2011General PilAv)(2008). A Geopol\u00edtica Russa: De Pedro \u201cO Grande\u201d a Putin, a \u201cGuerra\u2011Fria\u201d, o Eurasianismo e os Recursos Energ\u00e9ticos, Revista Militar.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

O pensamento neo-eurasianista \u00e9 o que mais se alinha \u00e0 pol\u00edtica russa atual, o neo-eurasianismo p\u00f5e-se como uma alternativa \u00e0 filosofia ocidental e \u00e0 economia, ser\u00e1 uma mistura entre geopol\u00edtica e espiritualidade tradicional, tendo em Alexander Dugin um dos principais te\u00f3ricos. Ao longo da hist\u00f3ria tem existido uma competi\u00e7\u00e3o constante entre as duas grandes esferas,… A R\u00fassia e o neo-Eurasianismo<\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":2938,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"neve_meta_sidebar":"","neve_meta_container":"","neve_meta_enable_content_width":"","neve_meta_content_width":0,"neve_meta_title_alignment":"","neve_meta_author_avatar":"","neve_post_elements_order":"","neve_meta_disable_header":"","neve_meta_disable_footer":"","neve_meta_disable_title":"","footnotes":""},"categories":[17],"tags":[],"class_list":["post-189","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-historico"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/189","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=189"}],"version-history":[{"count":3,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/189\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":2724,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/189\/revisions\/2724"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/2938"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=189"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=189"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=189"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}