{"id":353,"date":"2020-06-08T08:08:31","date_gmt":"2020-06-08T08:08:31","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=353"},"modified":"2023-02-20T18:52:04","modified_gmt":"2023-02-20T18:52:04","slug":"os-anos-magicos-e-o-hidrogenio-que-ai-vem","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/os-anos-magicos-e-o-hidrogenio-que-ai-vem\/","title":{"rendered":"Os anos m\u00e1gicos e o Hidrog\u00e9nio que a\u00ed vem"},"content":{"rendered":"\n

Falar de energia e de geopol\u00edtica energ\u00e9tica, nestes tempos de mudan\u00e7as significativas em muitos dom\u00ednios da nossa sociedade, tem a vantagem inerente aos constantes desafios que a vida e o mundo colocam.<\/p>\n\n\n\n

Com a transi\u00e7\u00e3o energ\u00e9tica e digital em curso, as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e os modelos de baixo carbono ou de emiss\u00f5es zero como pano de fundo, s\u00e3o requeridas, como se tem visto ami\u00fade, a apresenta\u00e7\u00e3o de estudos, webinares em tipologia de confinamento, modelos estrat\u00e9gicos, cen\u00e1rios v\u00e1rios, previs\u00f5es (abundantes) e metas. Em simult\u00e2neo, a apresenta\u00e7\u00e3o das devidas declara\u00e7\u00f5es pol\u00edticas de base orientadora.<\/p>\n\n\n\n

Em comum todos eles apontam, como j\u00e1 se aperceberam, para os anos \u00abcabal\u00edsticos\u00bb de 2030 e 2050<\/strong>. E assim chegamos (em modo de previs\u00e3o) sem dar por isso, \u00e0 primeira metade do s\u00e9culo XXI!<\/p>\n\n\n\n

Os diversos planos estrat\u00e9gicos das organiza\u00e7\u00f5es internacionais, das multinacionais energ\u00e9ticas, os planos nacionais para a Energia e Clima dos v\u00e1rios pa\u00edses, roteiros de Neutralidade Carb\u00f3nica, at\u00e9 ao recente \u00abEuropean Green Deal\u00bb e \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o europeia espec\u00edfica j\u00e1 publicada ou a publicar, todos eles acertam os seus rel\u00f3gios e calend\u00e1rios por estas datas.<\/p>\n\n\n\n

Inerente a todos estes cen\u00e1rios, somos confrontados com, e de novo, \u00e0 chamada do hidrog\u00e9nio<\/strong> ao palco das energias do futuro pr\u00f3ximo. E como disse em entrevista ao JE o Ministro do Ambiente e A\u00e7\u00e3o Clim\u00e1tica, Matos Fernandes \u00ab(\u2026) n\u00e3o vamos construir o futuro com modelos do passado[1]<\/a>\u00bb e claramente uma das grandes apostas dos planeamentos atuais \u00e9 o hidrog\u00e9nio. Portugal pretende dar corpo ao Projeto de Gases Renov\u00e1veis, e atingir em 2030 um valor de 1 GW. Este projeto ser\u00e1 obtido por eletr\u00f3lise a partir de \u00e1gua do mar, \u00abpressupondo pre\u00e7os competitivos mesmo com pa\u00edses do Norte da Europa\u00bb.<\/p>\n\n\n\n

Tamb\u00e9m Beno\u00eet Potier executivo da Air Liquide and co-chair do Hydrogen Council<\/span><\/a> em entrevista \u00e0 Forbes<\/span><\/a>: refor\u00e7a esta nova vaga tecnol\u00f3gica \u00ab2020 marks the beginning of a new era for energy [\u2026] A clean energy future with hydrogen is closer than we think because the industry has been working hard on addressing key technology challenges<\/em>\u00bb.<\/p>\n\n\n\n

\"\"\/<\/a><\/figure>\n\n\n\n

Contudo, sempre que se fala de hidrog\u00e9nio e da sua aplica\u00e7\u00e3o, regressa a ideia de uma certa promessa incerta, como nos explicava (e bem) Leonardo Maugeri[2]<\/a>. Ainda agora, ningu\u00e9m deixar\u00e1 certamente de colocar um ponto de interroga\u00e7\u00e3o, sobre qual ser\u00e1 verdadeiramente o seu impacto, no futuro modelo energ\u00e9tico global.<\/p>\n\n\n\n

O hidrog\u00e9nio conhecido deste o s\u00e9culo XVIII e primeiro elemento da Tabela Peri\u00f3dica da qu\u00edmica moderna, apresenta em termos t\u00e9cnicos um baixo conte\u00fado energ\u00e9tico por unidade de volume, e necessidade de maior press\u00e3o atmosf\u00e9rica, nas mesmas condi\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas, que o g\u00e1s natural por exemplo. Tamb\u00e9m a sua passagem para a forma l\u00edquida, implica uma temperatura de (-2530C), mais dif\u00edcil de atingir que o g\u00e1s natural (-1610C).<\/p>\n\n\n\n

Desde meados dos anos setenta do s\u00e9culo passado, que por v\u00e1rias vezes o interesse do setor energ\u00e9tico se voltou para o hidrog\u00e9nio; contudo foram sempre os custos e as performances tecnol\u00f3gicas envolvidas, em compara\u00e7\u00e3o com os combust\u00edveis f\u00f3sseis e mesmo o nuclear, que foram deixando cair o seu potencial interesse comercial. O hidrog\u00e9nio tem a sua hist\u00f3ria algo ligada a alguns n\u00fameros 13<\/strong> do azar, como o conhecido \u00abs\u00edndroma de Bradenburgo\u00bb e o lan\u00e7amento do \u00abBMW Hidrogen 7\u00bb.<\/p>\n\n\n\n

De acordo com o Relat\u00f3rio da IEA \u00abThe Future of Hydrogen\u00bb do G20 em 2020, os custos previstos para a produ\u00e7\u00e3o de hidrog\u00e9nio em 2030, estar\u00e3o intrinsecamente ligados aos custos das renov\u00e1veis, e que ser\u00e3o necessariamente muito menores, e que associados ao fator primordial do \u00abscaling up\u00bb do H2, permitir\u00e3o uma queda estimada de cerca de 30% nos custos diretos de produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A partir 2005 que os governos dos EUA, Europa e Jap\u00e3o t\u00eam refor\u00e7ado a investiga\u00e7\u00e3o e o desenvolvimento no H2 e fuel cells, e mais recentemente tamb\u00e9m a China. Em 2018 s\u00e3o j\u00e1 muitos os pa\u00edses a dar passos e anunciarem projetos e road maps neste campo: desde a Austr\u00e1lia, EUA, Noruega, Pa\u00edses Baixos, Reino Unido, Alemanha, Su\u00e9cia, Coreia do Sul, Jap\u00e3o e outros.<\/p>\n\n\n\n

O hidrog\u00e9nio pode ser produzido por v\u00e1rias fontes, e s\u00f3 faz sentido para a Europa, articular projetos para o designado hidrog\u00e9nio verde<\/strong>, ou seja produzido a partir de fontes renov\u00e1veis. O H2 \u00abblue\u00bb por seu lado \u00e9 produzido a partir de fontes f\u00f3sseis, mas com a possibilidade de redu\u00e7\u00e3o de CO2 atrav\u00e9s de m\u00e9todos \u00abdecarbon, capture, usage and storage\u00bb (CCUS).<\/p>\n\n\n\n

Mas conv\u00e9m lembrar, que atualmente, a grande maioria do hidrog\u00e9nio continua a ser produzido a partir de fontes f\u00f3sseis, em especial do g\u00e1s natural (steam reforming) (76%) e do carv\u00e3o (23%), naquilo que designamos por hidrog\u00e9nio \u00abbrown ou grey\u00bb. Das cerca de 70Mt produzidas por ano, resultam 830 Mt de CO2 lan\u00e7adas na atmosfera.<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/figure><\/div>\n\n\n\n

Os grandes focos estrat\u00e9gicos de implanta\u00e7\u00e3o do H2 dever\u00e3o contemplar \u00abab initio\u00bb os j\u00e1 existentes portos e zonas industriais dedicadas, as infraestruturas de g\u00e1s natural e gases renov\u00e1veis, assim como os transportes e log\u00edstica associada, nomeadamente os pesados de mercadorias e frotas de ve\u00edculos fuel cell, sem perder de vista a complementaridade do circuito de navios e rotas mar\u00edtimas de \u00e2mbito internacional.<\/p>\n\n\n\n

O transporte e o armazenamento do H2 s\u00e3o fatores determinantes no processo comercial e competitivo. A compress\u00e3o, a liquefa\u00e7\u00e3o ou outros m\u00e9todos a utilizar, depender\u00e3o sempre das dist\u00e2ncias envolvidas. A possibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o das redes de transporte rodovi\u00e1rias em g\u00e1s ou l\u00edquido ou em pipeline pr\u00f3prio ou nas redes de g\u00e1s natural (em pequenas percentagens) \u00e9 outra das possibilidades. J\u00e1 existem cerca de 5.000 km de pipelines de H2 no mundo dos quais (EUA 2600 km, B\u00e9lgica 610 km, Alemanha 376 km, Fran\u00e7a 300 km, Canada 147 km e Pa\u00edses Baixos 237 km), cujo destino principal s\u00e3o as refinarias e complexos industriais qu\u00edmicos.<\/p>\n\n\n\n

A produ\u00e7\u00e3o do hidrog\u00e9nio \u00e9 sobretudo dirigida para o setor industrial, nomeadamente o refinamento do petr\u00f3leo e biofuels (33%), produ\u00e7\u00e3o de uso qu\u00edmico como a am\u00f3nia (27%), de metanol (11%) e utilizado na produ\u00e7\u00e3o de a\u00e7o, ferro industrial e materiais de constru\u00e7\u00e3o. A China \u00e9 o maior produtor mundial com cerca de \u2153 de toda a produ\u00e7\u00e3o. Produz cerca de tr\u00eas vezes mais que toda a Europa
no seu conjunto.<\/p>\n\n\n\n

Encontram-se j\u00e1 em estudo e desenvolvimento, a cria\u00e7\u00e3o de hubs industriais costeiros, dotados de v\u00e1rias potencialidades de liga\u00e7\u00e3o e conex\u00e3o com os utilizadores comerciais e log\u00edsticos. Na regi\u00e3o do Mar do Norte situam-se v\u00e1rios hubs industriais de refer\u00eancia, com capacidade de storage de CO2, apoiados em offshore de e\u00f3licas e pipelines de hidrog\u00e9nio. (Noruega, Reino Unido, B\u00e9lgica, Alemanha e Pa\u00edses Baixos), e que desenvolvem j\u00e1 bastantes projetos locais. Tamb\u00e9m em mar\u00e7o de 2020 a Comiss\u00e3o Europeia lan\u00e7ou o \u00abClean Hydrogen Alliance\u00bb e a \u00abRenewable Energy Diretive\u00bb (RED2), procurando dinamizar os projetos europeus.<\/p>\n\n\n\n

O novo conceito de hidrog\u00e9nio \u00abvalley[3]<\/a>\u00bb pretende criar hubs de pequena dimens\u00e3o, descentralizados, e associados \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de hidrog\u00e9nio verde, num espa\u00e7o econ\u00f3mico tipo \u00aboff-grids\u00bb na base de emiss\u00f5es zero. \u00c9 o caso do projeto em curso em Orkney Islands na Esc\u00f3cia, e outros semelhantes a serem protagonizados na Alemanha, na Fran\u00e7a e no norte dos Pa\u00edses Baixos. Tamb\u00e9m a Shell anunciou que est\u00e1 em prepara\u00e7\u00e3o um projeto piloto no \u00aboffshore wind farms\u00bb nos Pa\u00edses Baixos, no Mar do Norte.<\/p>\n\n\n\n

A capta\u00e7\u00e3o e a storage resultantes do excesso de eletricidade produzido pelas renov\u00e1veis, e processos de produ\u00e7\u00e3o como o gas-to-gas (G2G), com \u00abcarbon capture and storage\u00bb (CCS) e o power-to-gas (P2P) e mais recentemente o Power-to-X, s\u00e3o modelos tecnol\u00f3gicos, que cada vez mais estar\u00e3o na ordem do dia.<\/p>\n\n\n\n

Os investimentos na tecnologia fuel cell t\u00eam como prioridade o setor de transportes e as pequenas companhias de eletr\u00f3lise e na qual a Europa pretende obter aqui uma lideran\u00e7a global. Como refere Bart Biebuyck \u00abA tecnologia do hidrog\u00e9nio nasceu e cresceu na Europa, n\u00e3o podemos fazer que aconte\u00e7a como com a PV e as baterias, em que cri\u00e1mos estes desenvolvimentos e quem produziu foi a China e outros. Queremos exportar e manter empregos na Europa[4]<\/a>\u00bb.<\/p>\n\n\n\n

Est\u00e3o criadas as bases para que a tecnologia hidrog\u00e9nio em vers\u00e3o clean e sustent\u00e1vel, tendo por base as energias renov\u00e1veis na sua produ\u00e7\u00e3o, possa ser um \u00eaxito nas pr\u00f3ximas d\u00e9cadas. A Europa e o seu projeto \u00abGreen Deal\u00bb, ter\u00e3o de contar com o hidrog\u00e9nio para atingir as metas de descarboniza\u00e7\u00e3o a que se propuseram.<\/p>\n\n\n\n

A disputa geopol\u00edtica sobre o com\u00e9rcio energ\u00e9tico do hidrog\u00e9nio n\u00e3o se faz sentir por agora, nem se saber\u00e1 como ser\u00e1 orientado. Percebe-se que muitos Estados, incluindo a China continuam a apostar nos combust\u00edveis f\u00f3sseis, mais baratos, para a sua produ\u00e7\u00e3o e utiliza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A import\u00e2ncia do CertifHy e do Guarantees of Origin (GO) na Europa, que permitir\u00e1 garantir a certifica\u00e7\u00e3o verde na aquisi\u00e7\u00e3o de hidrog\u00e9nio mesmo vindo de pa\u00edses fora do continente, \u00e9 uma medida de salvaguarda e de prote\u00e7\u00e3o dos investimentos europeus.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o h\u00e1 almo\u00e7os gr\u00e1tis, como sabemos, e os projetos de hidrog\u00e9nio nesta fase s\u00e3o financeiramente incertos, com custos de investiga\u00e7\u00e3o e desenvolvimentos elevados. O seu mercado futuro pode ser muito amplo e alargado e mesmo competitivo, e ser inequivocamente a base para uma energia sustent\u00e1vel nos pr\u00f3ximos anos, mas a incerteza ainda predomina. Nem todos as regi\u00f5es e continentes partem do mesmo patamar e com os mesmos objetivos.<\/p>\n\n\n\n

O futuro global desta tecnologia, depender\u00e1 muito do interesse dos grandes Estados industrializados, das pot\u00eancias regionais, e da competitividade que o mercado energ\u00e9tico acrescenta ao n\u00edvel de outras energias, para atingir as metas apontadas para os tais anos \u00abcabal\u00edsticos\u00bb, e contemplados nos atuais cen\u00e1rios.<\/p>\n\n\n\n

Tal como o hidrog\u00e9nio<\/strong> pode ser na atual linguagem t\u00e9cnica: verde, azul ou ainda cinzento ou negro, os avan\u00e7os e as disputas energ\u00e9ticas e comerciais a n\u00edvel global e regional, ter\u00e3o tamb\u00e9m de escolher as suas cores, em face dos interesses estrat\u00e9gicos a atingir nos v\u00e1rios momentos.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 a \u00abgeopol\u00edtica das cores\u00bb<\/strong> a ditar o futuro dos anos m\u00e1gicos da energia. <\/p>\n\n\n\n


\n\n\n\n

08 de junho de 2020<\/p>\n\n\n\n

\"\"<\/p>\n\n\n\n

Eduardo Caetano de Sousa<\/strong><\/strong>
Vogal da Dire\u00e7\u00e3o<\/em><\/p>\n\n\n\n

[1]<\/a> O Jornal Econ\u00f3mico de 08 de maio de 2020.<\/p>\n\n\n\n

[2]<\/a> Leonardo Maugeri,\u00ab Con tutta L\u2019energia possibile\u00bb, Spending & Kupfer 2008<\/p>\n\n\n\n

[3]<\/a> https:\/\/www.eusew.eu\/developing-hydrogen-valleys-foster-economic-growth-european-regions<\/p>\n\n\n\n

[4]<\/a> https:\/\/www.linkedin.com\/feed\/update\/urn:li:activity:6666022899377295360\/<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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