{"id":5880,"date":"2021-01-08T20:00:10","date_gmt":"2021-01-08T20:00:10","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=5880"},"modified":"2023-02-20T18:50:07","modified_gmt":"2023-02-20T18:50:07","slug":"a-europa-do-tempo-de-agir","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/a-europa-do-tempo-de-agir\/","title":{"rendered":"A Europa do Tempo de Agir"},"content":{"rendered":"\n

Com Portugal ao leme dos pr\u00f3ximos debates europeus no contexto do Conselho da Uni\u00e3o Europeia (UE), foi reafirmado o tempo de agir em prol de uma recupera\u00e7\u00e3o assente nos princ\u00edpios ecol\u00f3gicos e na transi\u00e7\u00e3o digital, a concretiza\u00e7\u00e3o do Pilar Europeu dos Direitos Sociais e no refor\u00e7o da autonomia da rela\u00e7\u00e3o entre a Europa e o Mundo.<\/p>\n\n\n\n

Estes tempos em que a Uni\u00e3o Europeia ter\u00e1 de agir e efetuar a sua recupera\u00e7\u00e3o s\u00e3o conturbados por diversas realidades, tanto internas como externas, que suscitam especial aten\u00e7\u00e3o e cuidado. Quanto \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica da Uni\u00e3o, com as mais recentes restri\u00e7\u00f5es \u00e0 movimenta\u00e7\u00e3o de pessoas (um pouco por todos os pa\u00edses europeus), a economia n\u00e3o d\u00e1 grandes sinais de recupera\u00e7\u00e3o nos pr\u00f3ximos 6 meses.<\/p>\n\n\n\n

A concretiza\u00e7\u00e3o do Pilar Europeu dos Direitos Sociais nunca se revelou t\u00e3o importante como nos tempos que vivemos na UE. Este documento relembra princ\u00edpios e valores que devem reger os Estado Membros: (i) igualdade de oportunidades e acesso ao mercado de trabalho; (ii) condi\u00e7\u00f5es de trabalho justas; e (iii) prote\u00e7\u00e3o e inclus\u00e3o sociais. A urg\u00eancia da concretiza\u00e7\u00e3o deste documento \u00e9 vital para criar barreira \u00e0 forte ascens\u00e3o de ideais extremistas que negligenciam muitas das 20 al\u00edneas que comp\u00f5em este pilar.<\/p>\n\n\n\n

Por \u00faltimo, a afirma\u00e7\u00e3o da UE no mundo requer, desde o primeiro momento, que aconte\u00e7a a uma s\u00f3 voz. Por muito que os Estados Membros, individualmente, se desenvolvam militarmente, n\u00e3o ser\u00e1 uma Europa desmembrada que far\u00e1 frente \u00e0s grandes amea\u00e7as que enfrenta. Apenas o tem conseguido porque o poder militar norte-americano socorreu com as suas capacidades para controlar os conflitos mais pr\u00f3ximos. Com a recente elei\u00e7\u00e3o do presidente Joe Biden nos Estados Unidos, a NATO poder\u00e1 ver uma luz ao fundo no t\u00fanel, e o Ocidente pode recuperar a sua uni\u00e3o enquanto um s\u00f3 bloco, mas n\u00e3o nos podemos esquecer que o fim da alian\u00e7a militar foi tema de debate nos \u00faltimos anos. Ainda assim, a NATO dever\u00e1 permanecer como o garante de seguran\u00e7a e bloco militar na ordem internacional dos valores democr\u00e1ticos.<\/p>\n\n\n\n

Ainda que indiretamente, o grande inimigo da UE \u00e9 o que n\u00e3o acredita no seu projeto. E existem muitos motivos para que a R\u00fassia e China n\u00e3o queiram o fortalecimento europeu e a ascens\u00e3o dos seus valores (em especial da democracia). Torna-se, por isso, evidente a sua interfer\u00eancia na estabilidade interna da Uni\u00e3o que come\u00e7a nas suspeitas (j\u00e1 com algumas evid\u00eancias) do financiamento russo a partidos populistas e euroc\u00e9ticos, n\u00e3o s\u00f3 dentro da Uni\u00e3o. E por outro lado, o surgimento da China e dos seus avultados investimentos que tanta \u201c\u00e1gua na boca\u201d deixam aos l\u00edderes pol\u00edticos europeus e um pouco por todo o mundo, desde a constru\u00e7\u00e3o de infraestruturas \u00e0 compra de grande empresas com tecnologias avan\u00e7adas, a China tem entrado pela porta a dentro dos interesses econ\u00f3micos Europeus afetando a estabilidade pol\u00edtica da UE.<\/p>\n\n\n\n

A solu\u00e7\u00e3o n\u00e3o passa pelo confronto direto a estes pa\u00edses que amea\u00e7am a estabilidade da Uni\u00e3o, t\u00e3o pouco, contra-atacar com a mesma \u201cmoeda\u201d (at\u00e9 porque os seus sistemas n\u00e3o o permitem, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel comprar uma empresa chinesa ou alcan\u00e7ar livremente a sua popula\u00e7\u00e3o, como as redes sociais abertas nos fazem). A hist\u00f3ria ensinou-nos durante a guerra fria, que quem vence s\u00e3o os ideais e capacidade de resili\u00eancia, mesmo que demore algum tempo a revelar o seu sucesso. A guerra fria durou d\u00e9cadas, mas ditou a queda dos ideais antidemocr\u00e1ticos.<\/p>\n\n\n\n

A resposta da Uni\u00e3o \u00e9 de agir, conforme a nossa presid\u00eancia refere, de forma justa, resiliente e aberta ao mundo. O projeto Europeu traduz estabilidade e os Estado membros devem reconhecer na sua integra\u00e7\u00e3o uma mais-valia e n\u00e3o um retrocesso. Mas n\u00e3o nos bastam boas ideias, t\u00e3o pouco o excesso de pensamento, \u00e9 necess\u00e1rio agir e se nos pr\u00f3ximos meses, em particular no debate do Strategic Compass (documento explicado em publica\u00e7\u00f5es anteriores) a UE falhar, ent\u00e3o sim, falha na capacidade de ser um ator a uma s\u00f3 voz e importante na ordem mundial.<\/p>\n\n\n\n


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8 de janeiro de 2021<\/p>\n\n\n\n

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Miguel Carvalho Gomes<\/strong>
Coordenador da EuroDefense Jovem-Portugal<\/em><\/p>\n\n\n\n


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