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26 de fevereiro de 2021<\/p>\n\n\n\n
A Comiss\u00e3o Eurodefense-Jovem em colabora\u00e7\u00e3o com o Dr. Rui Lourido<\/strong> Publica\u00e7\u00f5es relacionadas<\/strong><\/p>\n\n\n\n
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Portugal usufrui de uma das liga\u00e7\u00f5es mais antigas de qualquer pa\u00eds europeu com a China: remonta ao ano de 1513, quando os navegadores portugueses aportam em Tam\u00e3o. Para al\u00e9m de antigas, sempre tiveram um bom car\u00e1ter. Na verdade, a ditadura do Estado Novo reflete o \u00fanico per\u00edodo em que n\u00e3o foram significativas*. Ap\u00f3s o reconhecimento do governo da Rep\u00fablica Popular da China (RPC), em 1975, estabeleceram-se, quatro anos mais tarde, pelo Presidente Ramalho Eanes, as rela\u00e7\u00f5es diplom\u00e1ticas entre Portugal e a RPC.<\/p>\n\n\n\n
At\u00e9 1999, as rela\u00e7\u00f5es centraram-se bastante na quest\u00e3o da transfer\u00eancia da administra\u00e7\u00e3o de Macau, pac\u00edfica e bem conseguida (ao contr\u00e1rio do que aconteceu com a transfer\u00eancia da administra\u00e7\u00e3o de Hong Kong) que, por essa raz\u00e3o, \u00e9 at\u00e9 hoje uma ponte de aproxima\u00e7\u00e3o entre os dois pa\u00edses. A partir dessa data, e em conson\u00e2ncia com a crescente reafirma\u00e7\u00e3o da RPC a n\u00edvel internacional, desenvolvem-se e incrementam-se os contactos entre os dois Estados. Uma especial men\u00e7\u00e3o deve ser dada ao ano de 2005, quando foi estabelecida uma Parceria Estrat\u00e9gica muito importante para as rela\u00e7\u00f5es bilaterais nas mais variadas vertentes, como, a t\u00edtulo ilustrativo, a econ\u00f3mica, empresarial, cultural e cient\u00edfica\/tecnol\u00f3gica. Esta parceria foi aprofundada em 2018, aquando da visita do Presidente Xi Jinping a Portugal.<\/p>\n\n\n\n
Assinaram-se 17 acordos de coopera\u00e7\u00e3o em v\u00e1rias \u00e1reas, incluindo 10 memorandos de entendimento. Xi Jinping afirmou, em confirma\u00e7\u00e3o das excelentes rela\u00e7\u00f5es entre os dois Estados, que estas se encontrariam: \u201c (\u2026) no seu melhor momento hist\u00f3rico. Em 2019 celebram-se 40 anos, vamos aprofundar a amizade e coopera\u00e7\u00e3o e levar a nossa parceria estrat\u00e9gica global para um novo patamar\u201d. Portugal juntou-se, no mesmo ano, \u00e0 Iniciativa Belt and Road, que descrevemos na passada semana. Em 2019, o atual Presidente portugu\u00eas Marcelo Rebelo de Sousa visitou a RPC, estabelecendo-se bases para futuros acordos ao n\u00edvel da agricultura e agropecu\u00e1ria, imobili\u00e1ria, inclusive para que empresas chinesas com sede em Portugal promovam investimentos em \u00c1frica, Am\u00e9rica Latina e Europa (como \u00e9 o caso da Beijing Enterprises Water GroupBEWG). D\u00e1-se, assim, a consolida\u00e7\u00e3o de uma rela\u00e7\u00e3o estrat\u00e9gica e frut\u00edfera.<\/p>\n\n\n\n
A rela\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 isenta, contudo, de cr\u00edticas. Os Estados Unidos da Am\u00e9rica, por exemplo, t\u00eam demonstrado descontentamento no que toca \u00e0 proximidade entre os dois Estados, tendo existido at\u00e9 alguma pol\u00e9mica quando o Embaixador americano em Portugal declarou o que o pa\u00eds deveria optar entre os Estados Unidos e a RPC, ou existiriam consequ\u00eancias.<\/p>\n\n\n\n
As rela\u00e7\u00f5es econ\u00f3micas entre os dois Estados merecem tamb\u00e9m uma atenta observa\u00e7\u00e3o. H\u00e1 que notar que, desde sempre, t\u00eam vindo a ser bastante assim\u00e9tricas, sobretudo no que diz respeito ao com\u00e9rcio e investimento direto. Desde 2008, o investimento chin\u00eas em Portugal aumentou consideravelmente, sendo um dos maiores destinat\u00e1rios, per capita, na Europa*. As trocas comerciais entre ambos t\u00eam aumentado, sem d\u00favida. Contudo, demonstram que Portugal importa consideravelmente mais do que exporta, estando a RPC numa posi\u00e7\u00e3o de superioridade. Por exemplo, as exporta\u00e7\u00f5es Portugal-China comportaram menos de mil milh\u00f5es de euros por ano, ao passo que as importa\u00e7\u00f5es ultrapassam os 2,2 mil milh\u00f5es de euros*.<\/p>\n\n\n\n
Um \u00faltimo ponto fulcral passa pela rela\u00e7\u00e3o entre a RPC e a Uni\u00e3o Europeia (U.E.), a qual Portugal integra. As liga\u00e7\u00f5es s\u00e3o, desde logo, bastante complexas. Contudo, mostram-se cruciais, sobretudo na vertente econ\u00f3mica. Portugal pode ter um papel importante no que toca a esta rela\u00e7\u00e3o, fazendo proveito da excelente parceria que mant\u00e9m com a RPC. De relembrar que, j\u00e1 em 2018, Xi Jinping afirmou que \u201cas duas partes v\u00e3o empenhar-se no aprofundamento da parceria estrat\u00e9gica global entre a China e a Europa, refor\u00e7ar a coopera\u00e7\u00e3o nas organiza\u00e7\u00f5es internacionais (\u2026), salvaguardar conjuntamente o multilateralismo, o livre com\u00e9rcio, promover a paz, desenvolvimento, estabilidade e prosperidade mundiais\u201d.<\/p>\n\n\n\n
A Presid\u00eancia Portuguesa do Conselho da U.E. representa uma grande oportunidade para refor\u00e7ar as liga\u00e7\u00f5es, tendo em mente que Pequim \u00e9 um parceiro indispens\u00e1vel para a U.E..<\/p>\n\n\n\n
Em \u00faltima inst\u00e2ncia, e olhando para o passado entre os dois pa\u00edses, Portugal dever\u00e1 apostar e refor\u00e7ar as rela\u00e7\u00f5es com a RPC, tanto bilateralmente como junto da Uni\u00e3o Europeia, aproveitando as oportunidades que esta realidade comporta.Nota: Para a elabora\u00e7\u00e3o desta reflex\u00e3o contamos com a colabora\u00e7\u00e3o do Dr. Rui Lourido, Presidente do Observat\u00f3rio da China. Ademais, foi tamb\u00e9m utilizado o artigo \u201cPresid\u00eancia de Crise: Como a Lideran\u00e7a Portuguesa Pode Guiar a U.E. na era p\u00f3s-covid\u201d, do European Council on Foreign Relations, elaborado por Susi Dinnison e L\u00edvia Franco (2020).<\/em><\/p>\n\n\n\n 26 de fevereiro de 2021<\/p>\n\n\n\n A Comiss\u00e3o Eurodefense-Jovem em colabora\u00e7\u00e3o com o Dr. Rui Lourido<\/strong> Publica\u00e7\u00f5es relacionadas<\/strong><\/p>\n\n\n\n
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