{"id":5981,"date":"2021-03-05T20:00:02","date_gmt":"2021-03-05T20:00:02","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=5981"},"modified":"2023-02-20T18:46:20","modified_gmt":"2023-02-20T18:46:20","slug":"a-alianca-transatlantica","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/a-alianca-transatlantica\/","title":{"rendered":"A Alian\u00e7a Transatl\u00e2ntica"},"content":{"rendered":"\n
Como conseguimos perceber esta semana, a Confer\u00eancia de Munique na sua plenitude foi adiada. Contudo, em virtude da grande import\u00e2ncia dos temas que nela se discutem e gra\u00e7as \u00e0 nova era digital em que vivemos, foi poss\u00edvel, contornando as restri\u00e7\u00f5es de circula\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s da internet, realizar um evento \u00e0 dist\u00e2ncia: desta vez tem\u00e1tico, na mesma altura em que se costumam realizar. Apelidado de \u201cBeyond Westlessness\u201d, este contou com uma ret\u00f3rica contr\u00e1ria e distinta do que se tem vindo a verificar nos \u00faltimos anos: uma falta de Ocidente. Se a estas confer\u00eancias fora dado outrora um r\u00f3tulo de \u201cencontro familiar transatl\u00e2ntico” no per\u00edodo da Guerra Fria, melhor descri\u00e7\u00e3o n\u00e3o podia ser feita da escolha dos convidados e da interpreta\u00e7\u00e3o dos seus discursos nesta edi\u00e7\u00e3o em particular. E em poucos minutos de palavras, mudou-se o rumo de 4 anos passados.<\/p>\n\n\n\n
A elei\u00e7\u00e3o de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos da Am\u00e9rica em 2016 marcou o in\u00edcio de uma nova fase para o Ocidente que, apesar de pontuais desentendimentos, sempre havia mantido uma boa e funcional rela\u00e7\u00e3o. Sob o lema \u201cAmerica First\u201d, a era de Trump enfraqueceu e banalizou a exist\u00eancia de um di\u00e1logo hist\u00f3rico transatl\u00e2ntico.<\/p>\n\n\n\n
No que diz respeito \u00e0 NATO, por exemplo, a sua opini\u00e3o foi por vezes negativa, refletindo uma parte da opini\u00e3o p\u00fablica norte-americana que deixou de ver utilidade na alian\u00e7a transatl\u00e2ntica e na despesa que representa para os Estados Unidos, especialmente quando comparada com a despesa europeia. Trump chegou at\u00e9 a referir-se \u00e0 alian\u00e7a como estando obsoleta. No entanto, se por um lado isto representou uma fric\u00e7\u00e3o entre os aliados, por outro impulsionou na Uni\u00e3o Europeia uma maior e muito necess\u00e1ria aten\u00e7\u00e3o para as quest\u00f5es da seguran\u00e7a e defesa, levando a um maior investimento nestas \u00e1reas.<\/p>\n\n\n\n
No final de 2020, a elei\u00e7\u00e3o de Joe Biden como Presidente dos Estados Unidos da Am\u00e9rica veio contrariar o marasmo em que se encontravam as rela\u00e7\u00f5es transatl\u00e2nticas e foi recebida como uma lufada de ar fresco na Europa, o que \u00e9 desde logo percet\u00edvel olhando para os discursos dos principais l\u00edderes europeus, que o felicitaram com clara satisfa\u00e7\u00e3o. Deixando a ret\u00f3rica de Trump para tr\u00e1s, Biden assegura-nos de que \u201ca Am\u00e9rica est\u00e1 de volta\u201d e as rela\u00e7\u00f5es transatl\u00e2nticas mant\u00eam a sua import\u00e2ncia vital. Num mundo que mudou muito em pouco tempo, tamb\u00e9m devido \u00e0 atua\u00e7\u00e3o internacional do anterior presidente norte-americano, surgiram novos desafios, enquanto outros apenas se deterioraram: uns causados pela competi\u00e7\u00e3o entre Estados e que amea\u00e7am dividir os blocos estabelecidos e outros desafios globais que requerem a coopera\u00e7\u00e3o de todos os Estados.<\/p>\n\n\n\n
Em particular, Biden salienta os desafios \u00e0 Democracia e \u00e0 sua sobreviv\u00eancia, tendo em conta as tentativas de Estados autorit\u00e1rios como a China ou a R\u00fassia de apresentarem os seus sistemas pol\u00edticos como superiores ao democr\u00e1tico. A Democracia deve ser constantemente repensada e renovada, sublinha, para n\u00e3o perder a sua relev\u00e2ncia. Concluindo com uma ideia important\u00edssima a retirar destes di\u00e1logos, como desde logo \u00e9 destacado por Angela Merkel, que \u00e9 a necessidade de olhar para a seguran\u00e7a de uma forma multidimensional e n\u00e3o reservada a assuntos militares e possibilidade de guerra\/conflito entre Estados. Uma vis\u00e3o comum e lata da seguran\u00e7a deve estar na base da alian\u00e7a transatl\u00e2ntica, porque in\u00fameras s\u00e3o as amea\u00e7as e riscos que se apresentam aos Estados e indiv\u00edduos e que afetam o seu bem-estar. Exemplo paradigm\u00e1tico s\u00e3o as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas – tema presente em praticamente todos os discursos – que apenas ser\u00e3o solucionadas com uma coopera\u00e7\u00e3o multilateral plena.<\/p>\n\n\n\n
5 de mar\u00e7o de 2021<\/p>\n\n\n\n
A Comiss\u00e3o Eurodefense-Jovem<\/strong><\/p>\n\n\n\n Publica\u00e7\u00f5es relacionadas<\/strong><\/p>\n\n\n\n
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