{"id":7041,"date":"2021-11-17T10:00:18","date_gmt":"2021-11-17T10:00:18","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=7041"},"modified":"2023-02-20T18:07:18","modified_gmt":"2023-02-20T18:07:18","slug":"a-guerra-civil-da-siria-e-a-maior-crise-humanitaria-do-seculo-xxi","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/a-guerra-civil-da-siria-e-a-maior-crise-humanitaria-do-seculo-xxi\/","title":{"rendered":"A Guerra Civil da S\u00edria e a maior crise humanit\u00e1ria do s\u00e9culo XXI"},"content":{"rendered":"\n

As origens do conflito s\u00edrio<\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n

A Guerra Civil da S\u00edria teve in\u00edcio em 2011, sendo que este ano se d\u00e1 a assinala\u00e7\u00e3o da d\u00e9cada de um dos maiores conflitos mundiais atuais que teve repercuss\u00f5es um pouco por todos os cantos do globo. Enquadrada na Primavera \u00c1rabe, a Guerra Civil da S\u00edria come\u00e7ou com o desejo de derrubar o regime de Bashar al-Assad, tendo-se verificado que as manifesta\u00e7\u00f5es escalaram rapidamente para um s\u00e9rio conflito armado entre as for\u00e7as leais ao regime de Assad e as for\u00e7as de oposi\u00e7\u00e3o ao mesmo. <\/p>\n\n\n\n

\u00c9 importante referir que antes de 2011, o contexto s\u00edrio era fortemente marcado por uma s\u00e9rie de problemas pol\u00edticos e econ\u00f3micos que instabilizaram o pa\u00eds, entre os quais um clima de corrup\u00e7\u00e3o, fraca liberdade pol\u00edtica, altos n\u00edveis de desemprego e pobreza derivada das secas. A Primavera \u00c1rabe despoletou uma onda de democratiza\u00e7\u00f5es no M\u00e9dio Oriente e acabou, consequentemente, por se fazer sentir na S\u00edria, tendo impulsionado v\u00e1rias manifesta\u00e7\u00f5es em prol da instaura\u00e7\u00e3o de um regime democr\u00e1tico. Quando Assad sucedeu o seu pai, foi encarado como a pessoa que conduziria o pa\u00eds no sentido da moderniza\u00e7\u00e3o e reforma democr\u00e1tica. No entanto, estas expectativas n\u00e3o se concretizaram, sendo que o mesmo optou por recorrer \u00e0s mesmas t\u00e1cticas autorit\u00e1rias do seu pai, implementando um regime de censura e supervis\u00e3o, e violentando os oponentes suspeitos do seu regime. Assim, Assad recebeu as manifesta\u00e7\u00f5es com uso da for\u00e7a, o que resultou na massifica\u00e7\u00e3o das mesmas, o que consequentemente desencadeou um contexto de guerra civil. <\/p>\n\n\n\n

O conflito s\u00edrio e os seus desafios perante uma din\u00e2mica internacional<\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n

Rapidamente a dicotomia desta guerra desvaneceu, tornando-se um conflito que contava com a presen\u00e7a das grandes pot\u00eancias internacionais. Assim, os Estados Unidos da Am\u00e9rica e a Uni\u00e3o Europeia eram cr\u00edticos da a\u00e7\u00e3o de Assad, tendo apelado a que este se afastasse do governo s\u00edrio logo no in\u00edcio do conflito, e mais tarde avan\u00e7ado com san\u00e7\u00f5es. Em termos da dicotomia do conflito, a R\u00fassia e o Ir\u00e3o apoiavam o governo de Assad, ao passo que o bloco anti-Assad era maioritariamente constitu\u00eddo pelo Qatar, Turquia e Ar\u00e1bia Saudita, que por sua vez financiaram e providenciaram armas para os rebeldes s\u00edrios, a juntar aos Estados Unidos da Am\u00e9rica que criaram programas de treino para alguns grupos rebeldes, enquanto o governo de Assad recebia tamb\u00e9m armas por parte dos seus apoiantes.<\/p>\n\n\n\n

Com a provid\u00eancia de armas, militares e dinheiro por parte das pot\u00eancias internacionais, grupos terroristas como o Estado Isl\u00e2mico e o Al-Qaeda envolveram-se no conflito s\u00edrio. Posto isto, a militariza\u00e7\u00e3o da guerra civil s\u00edria deixou de ser apoiada em particular pelos Estados Unidos da Am\u00e9rica e pelo Reino Unido, uma vez que temiam que os grupos terroristas se virassem ao ataque ao Ocidente. Assim, procedeu-se a um acordo estabelecido por meios diplom\u00e1ticos entre a R\u00fassia, a S\u00edria e os Estados Unidos da Am\u00e9rica que visava colocar todas as armas qu\u00edmicas s\u00edrias sob controlo internacional.<\/p>\n\n\n\n

A maior crise humanit\u00e1ria do s\u00e9culo XXI<\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n

A evolu\u00e7\u00e3o da Guerra Civil da S\u00edria levou a que este conflito se tornasse o pior do s\u00e9culo XXI, por ter retirado a vida a mais de 380,000 pessoas, entre as quais mais de 115 mil civis, segundo o Observat\u00f3rio S\u00edrio para os Direitos Humanos. Esta recolha de dados aponta ainda mais de 200 mil pessoas declaradas como desaparecidas e presumidas mortas, das quais mais de 80 mil teriam alegadamente falecido de tortura em pris\u00f5es geridas pelo governo. <\/p>\n\n\n\n

Estes n\u00fameros impressionantes demonstram a realidade da crise humanit\u00e1ria avassaladora associada ao conflito s\u00edrio. A acrescentar ao n\u00famero de mortos, importa referir que durante uma d\u00e9cada de guerra, mais de 2.1 milh\u00f5es de civis foram feridos ou deixados com defici\u00eancias permanentes, mais de metade da popula\u00e7\u00e3o s\u00edria (cerca de 11 milh\u00f5es) fugiu de suas casas. Para al\u00e9m disto, 6.7 milh\u00f5es de s\u00edrios encontram-se internamente deslocados, enquanto mais de 6.8 milh\u00f5es de s\u00edrios est\u00e3o refugiados no estrangeiro. Os pa\u00edses das redondezas da S\u00edria, como o L\u00edbano, a Jord\u00e2nia e a Turquia acolheram cerca de 93% de todos os refugiados que conseguiram escapar o terror em que viviam, sendo que esta realidade tem sido um forte desafio para os pa\u00edses, relativamente \u00e0 necessidade de gest\u00e3o do enorme fluxo de pedidos de asilo. <\/p>\n\n\n\n

Dados das Na\u00e7\u00f5es Unidas relativos a Janeiro de 2021 apontam para um total de 13.4 milh\u00f5es de pessoas residentes na S\u00edria que se encontram carentes de alguma forma de assist\u00eancia humanit\u00e1ria, sendo que deste n\u00famero, cerca de 6 milh\u00f5es encontram-se em situa\u00e7\u00e3o de necessidade extrema. Mais de 12 milh\u00f5es s\u00edrios t\u00eam encontrado dificuldades em conseguir comida suficiente diariamente, sendo que isto resulta em meio milh\u00e3o de crian\u00e7as estarem cronicamente mal nutridas. Naturalmente, o contexto de pandemia COVID-19 veio agravar a crise humanit\u00e1ria do pa\u00eds, ainda que n\u00e3o exista conhecimento do efeito da doen\u00e7a na popula\u00e7\u00e3o s\u00edria por falta de capacidade de testagem e pelo sistema de sa\u00fade se encontrar debilitado e sem recursos. A pandemia veio assim acentuar a grande vulnerabilidade das fam\u00edlias s\u00edrias, deixando mais 1 milh\u00e3o de pessoas em situa\u00e7\u00e3o de inseguran\u00e7a alimentar, segundo dados do World Food Programme<\/em> que tamb\u00e9m revelam que cerca de 60% da popula\u00e7\u00e3o s\u00edria est\u00e1 a encontrar escassez de comida. <\/p>\n\n\n\n

A ajuda europeia \u00e0 realidade s\u00edria <\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n

A gest\u00e3o da crise s\u00edria por parte da Uni\u00e3o Europeia est\u00e1 fortemente associada \u00e0 vaga de migra\u00e7\u00e3o que se deu no ano de 2015 em que mais de 1 milh\u00e3o de refugiados provenientes do conflito encontraram nas portas europeias uma oportunidade para recome\u00e7arem as suas vidas. Entre os pa\u00edses da Uni\u00e3o Europeia que acolheram refugiados, \u00e9 importante denotar que a Alemanha recebeu cerca de 60% e a Su\u00e9cia recebeu 11% do total de s\u00edrios refugiados.  <\/p>\n\n\n\n

A resposta da Uni\u00e3o Europeia pode ser observada segundo diferentes per\u00edodos de tempo que corresponderam, por consequ\u00eancia, a diferentes tipos de resposta. Assim, entre 2011 e 2013 verificou-se uma resposta institucional inicial da Uni\u00e3o Europeia que compreendia san\u00e7\u00f5es ao regime s\u00edrio, ao mesmo tempo que explorava meios diplom\u00e1ticos de resolu\u00e7\u00e3o do conflito e ainda providenciava apoio humanit\u00e1rio para os s\u00edrios que se viam oprimidos pelo regime. Posteriormente, entre 2013 e 2017, a aten\u00e7\u00e3o foi redireccionada ao combate do Estado Isl\u00e2mico, tendo sido estabelecido um acordo com a Turquia que visava controlar a migra\u00e7\u00e3o irregular decorrente da S\u00edria para a Turquia, avistando territ\u00f3rio europeu. Neste per\u00edodo de tempo, a Uni\u00e3o Europeia destacou a sua a\u00e7\u00e3o humanit\u00e1ria, ambicionando uma maior prote\u00e7\u00e3o da popula\u00e7\u00e3o s\u00edria. Por \u00faltimo, no per\u00edodo de tempo compreendido entre 2017 e 2020 a Uni\u00e3o Europeia continuou a apoiar e a desejar fortalecer a oposi\u00e7\u00e3o pol\u00edtica s\u00edria e a sociedade civil, ao mesmo tempo que procurava atribuir responsabilidade pelos crimes de guerra e apoiar a popula\u00e7\u00e3o s\u00edria. <\/p>\n\n\n\n

Em termos financeiros, a Uni\u00e3o Europeia j\u00e1 contribuiu para ajudar a S\u00edria com 24,9 bili\u00f5es de euros desde o in\u00edcio da guerra civil, e tem tamb\u00e9m providenciado bastante assist\u00eancia dentro do pa\u00eds, tendo oferecido 130 milh\u00f5es de euros desde o in\u00edcio do presente ano. A Uni\u00e3o Europeia e os seus Estados Membros s\u00e3o os principais doadores de ajuda internacional \u00e0 S\u00edria e a todos os que se viram afectados pela sua devastadora guerra. Desde o in\u00edcio da crise em 2011, os montantes financeiros disponibilizados pela Uni\u00e3o Europeia t\u00eam servido o prop\u00f3sito de apoiar a popula\u00e7\u00e3o s\u00edria residente no pa\u00eds que se encontre mais vulner\u00e1vel. Dentro do pa\u00eds, a assist\u00eancia humanit\u00e1ria europeia \u00e9 canalizada atrav\u00e9s de 40 parceiros humanit\u00e1rios que trabalham dentro do pa\u00eds, nos locais de maior car\u00eancia. Assim, esta rede de assist\u00eancia providencia \u00e0 popula\u00e7\u00e3o s\u00edria servi\u00e7os de sa\u00fade, assist\u00eancia alimentar, abrigo, \u00e1gua, saneamento e higiene, apoio psicossocial, itens dom\u00e9sticos essenciais, educa\u00e7\u00e3o e prote\u00e7\u00e3o. O trabalho destas organiza\u00e7\u00f5es humanit\u00e1rias decorre sob circunst\u00e2ncias muito desafiantes, marcadas por uma forte inseguran\u00e7a e constrangimentos. Para al\u00e9m disto, a Comiss\u00e3o Europeia tamb\u00e9m apoia os s\u00edrios que se encontram a residir nos pa\u00edses vizinhos, nomeadamente a Turquia, o L\u00edbano, a Jord\u00e2nia e o Egito.<\/p>\n\n\n\n

Apesar da ajuda fornecida pela comunidade internacional, na qual inserimos o papel da Uni\u00e3o Europeia na Guerra Civil da S\u00edria e nas suas dr\u00e1sticas consequ\u00eancias humanit\u00e1rias, n\u00e3o existe qualquer al\u00edvio da tens\u00e3o e da viol\u00eancia passada pelas ruas de Aleppo e Damasco, sendo estes os focos principais de conflito. Assim, a realidade violenta da S\u00edria continua, dez anos depois do seu come\u00e7o, e tudo indica que n\u00e3o haver\u00e1 altera\u00e7\u00f5es no panorama s\u00edrio, sendo que se continuam a verificar recorrentemente ataques que ferem e matam v\u00e1rias pessoas, nomeadamente um bombardeamento por parte do governo que mataram um total de 7 civis, entre as quais se encontravam crian\u00e7as. <\/p>\n\n\n\n

Tendo em considera\u00e7\u00e3o a fr\u00e1gil situa\u00e7\u00e3o do pa\u00eds que v\u00ea o seu governo a investir na viol\u00eancia e na opress\u00e3o, torna-se mais complexo ponderar acerca das diversas formas sobre as quais se poderia ver este conflito finalmente terminado. Como tal, acredito que uma resposta armada por parte de um ator exterior iria apenas refor\u00e7ar ainda mais o terror j\u00e1 vivido pela popula\u00e7\u00e3o s\u00edria. Assim, penso que a \u00fanica alternativa vi\u00e1vel seja esperar que a comunidade internacional, em particular \u00f3rg\u00e3os de seguran\u00e7a internacional como o Conselho de Seguran\u00e7a das Na\u00e7\u00f5es Unidas possam estabelecer uma forma de acordar com o governo de Bashar al-Assad com vista a findar o conflito que j\u00e1 vitimou largos milhares de pessoas e destruiu um pa\u00eds inteiro, para que possa ser iniciado o longo e dif\u00edcil processo de reconstru\u00e7\u00e3o e reestrutura\u00e7\u00e3o dos pilares da vida na S\u00edria, incidindo sobre as esferas pol\u00edticas, sociais, econ\u00f3micas e humanit\u00e1rias.<\/p>\n\n\n\n


\n\n\n\n

17 de novembro de 2021<\/p>\n\n\n\n

Margarida Malta<\/strong>
EuroDefense Jovem-Portugal<\/em><\/p>\n\n\n\n


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Refer\u00eancias<\/strong><\/p>\n\n\n\n

BBC (2021) Why has the Syrian war lasted 10 years? Retirado de\u00a0 https:\/\/www.bbc.com\/news\/world-middle-east-35806229<\/span><\/a> a 11 de agosto de 2021.<\/p>\n\n\n\n

European Commission (2021) European Civil Protection and Humanitarian Aid Operations. Retirado de https:\/\/ec.europa.eu\/echo\/where\/middle-east\/syria_en<\/span><\/a> a 11 de agosto de 2021.<\/p>\n\n\n\n

UNHCR (2021) Syria Refugee Crisis \u2013 Globally, in Europe and in Cyprus. Retirado de https:\/\/www.unhcr.org\/cy\/2021\/03\/18\/syria-refugee-crisis-globally-in-europe-and-in-cyprus-meet-some-syrian-refugees-in-cyprus\/<\/span><\/a> a 11 de agosto de 2021.<\/p>\n\n\n\n

Veen, A., Pellise, A. P., Ezzeddine, N. & Napolitano, P. (2021) Band-aids, not bullets: EU policies and interventions in the Syrian and Iraqi civil wars. CRU Reports<\/em>. Retirado de https:\/\/www.clingendael.org\/pub\/2021\/eu-relevance-in-the-syrian-and-iraqi-civil-wars\/<\/span><\/a> a 12 de agosto de 2021.<\/p>\n\n\n\n

Statista Research Department (2021) The Syrian Civil War – Statistics & facts. Retirado de https:\/\/www.statista.com\/topics\/4216\/the-syrian-civil-war\/<\/span><\/a> a 11 de agosto de 2021.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

As origens do conflito s\u00edrio A Guerra Civil da S\u00edria teve in\u00edcio em 2011, sendo que este ano se d\u00e1 a assinala\u00e7\u00e3o da d\u00e9cada de um dos maiores conflitos mundiais atuais que teve repercuss\u00f5es um pouco por todos os cantos do globo. Enquadrada na Primavera \u00c1rabe, a Guerra Civil da S\u00edria come\u00e7ou com o desejo… Ler mais »A Guerra Civil da S\u00edria e a maior crise humanit\u00e1ria do s\u00e9culo XXI<\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":7042,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"neve_meta_sidebar":"","neve_meta_container":"","neve_meta_enable_content_width":"","neve_meta_content_width":0,"neve_meta_title_alignment":"","neve_meta_author_avatar":"","neve_post_elements_order":"","neve_meta_disable_header":"","neve_meta_disable_footer":"","neve_meta_disable_title":"","footnotes":""},"categories":[25],"tags":[],"class_list":["post-7041","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-reflexoes-edj"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7041","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=7041"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7041\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":7044,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/7041\/revisions\/7044"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/7042"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=7041"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=7041"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=7041"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}