{"id":840,"date":"2020-01-08T10:13:07","date_gmt":"2020-01-08T10:13:07","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=840"},"modified":"2023-02-20T18:52:38","modified_gmt":"2023-02-20T18:52:38","slug":"a-europa-da-seguranca-e-defesa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/a-europa-da-seguranca-e-defesa\/","title":{"rendered":"A Europa da Seguran\u00e7a e Defesa"},"content":{"rendered":"\n
An\u00e1lise das Cartas-Miss\u00e3o aos Alto Representante da UE para as Rela\u00e7\u00f5es Externas e de Seguran\u00e7a e Vice-Presidente da Comiss\u00e3o (que passaremos a designar por Alto Representante\/Vice-Presidente) e ao Comiss\u00e1rio para o Mercado Interno<\/em><\/p>\n\n\n\n A Comiss\u00e3o Europeia \u00e9 o \u00f3rg\u00e3o executivo da Uni\u00e3o Europeia que defende os seus interesses gerais e, claro, o dos seus cidad\u00e3os, tomando para tal as iniciativas adequadas. \u00c9 uma Institui\u00e7\u00e3o politicamente independente, ocupando-se da elabora\u00e7\u00e3o de propostas de novos atos legislativos europeus e da execu\u00e7\u00e3o das decis\u00f5es do Parlamento Europeu e do Conselho da UE. Tem a incumb\u00eancia de propor a programa\u00e7\u00e3o anual e plurianual da Uni\u00e3o, de executar o or\u00e7amento aprovado e de gerir os respetivos programas. Al\u00e9m disso, a Comiss\u00e3o assegura a representa\u00e7\u00e3o Externa da UE, com a exce\u00e7\u00e3o da \u00e1rea da pol\u00edtica externa e de seguran\u00e7a comum que compete ao Conselho e \u00e9 conduzida pelo Alto Representante\/Vice-Presidente. Neste aspeto, Von der Leyen refor\u00e7a a import\u00e2ncia de trabalhar em conjunto, de forma aberta e inclusiva; para isso, considera necess\u00e1rio que os Comiss\u00e1rios \u201cfalem e se ou\u00e7am mais uns aos outros\u201d, algo que \u00e9 muito importante frisar, uma vez que existem \u00e1reas que se complementam ou que t\u00eam implica\u00e7\u00f5es m\u00fatuas, como veremos. Al\u00e9m disto, explicita o funcionamento da sua equipa, que, atrav\u00e9s do princ\u00edpio da colegialidade, ser\u00e1 constitu\u00edda por oito vice-presidentes que ter\u00e3o o poder de coordenar grupos de comiss\u00e1rios tem\u00e1ticos em cada uma das prioridades da comiss\u00e3o. Desses oito, tr\u00eas executivos liderar\u00e3o os grupos, apoiados por um secret\u00e1rio-geral, e gerir\u00e3o uma policy area, sendo que para essa tarefa ser\u00e3o apoiados por uma Dire\u00e7\u00e3o Geral. Ademais, o Alto-Representante\/Vice-presidente ajudar\u00e1 a coordenar a dimens\u00e3o externa do trabalho dos Comiss\u00e1rios, que ser\u00e1 sistematicamente discutida pelo Col\u00e9gio numa \u201cComiss\u00e3o Geopol\u00edtica\u201d, que n\u00e3o ter\u00e1 como principal objetivo gerir crises (compet\u00eancia do Conselho Europeu), mas sim analisar e dar coer\u00eancia \u00e0 multiplicidade de medidas e a\u00e7\u00f5es da UE com impacto no seu relacionamento externo, desde v\u00e3o desde as relativas ao com\u00e9rcio, apoio ao desenvolvimento, at\u00e9 \u00e0 ajuda humanit\u00e1ria. Em face da particular relev\u00e2ncia dada ao papel das Na\u00e7\u00f5es Unidas e seus objetivos, cada comiss\u00e1rio dever\u00e1 entregar um relat\u00f3rio United Nations Sustainable Development Goals dentro da sua \u00e1rea que explicite a participa\u00e7\u00e3o da UE no apoio \u00e0 consecu\u00e7\u00e3o deste t\u00e3o importante programa das NU.<\/p>\n\n\n\n Neste aspeto, \u00e9 real\u00e7ada a import\u00e2ncia de fortalecer as rela\u00e7\u00f5es entre a Comiss\u00e3o e as outras Institui\u00e7\u00f5es da UE, nomeadamente o Parlamento Europeu (juntamente com o Conselho), que deve ser informado com anteced\u00eancia de eventos importantes e momentos-chave de negocia\u00e7\u00f5es internacionais. Um dos objetivos mais importantes desta Comiss\u00e3o \u00e9 aproximar os cidad\u00e3os das institui\u00e7\u00f5es, fortalecendo os links entre as pessoas e as institui\u00e7\u00f5es. Neste ponto, interessa referir que a procura desse potencial pleno da Uni\u00e3o passa pela prioriza\u00e7\u00e3o dada \u00e0 geografia (para que n\u00e3o haja \u00e1reas exclu\u00eddas), \u00e0 experi\u00eancia (para que n\u00e3o se percam as boas pr\u00e1ticas e o conhecimento, a par da inova\u00e7\u00e3o e da criatividade) e o g\u00e9nero (para que n\u00e3o haja setores exclu\u00eddos ou inadequadamente representados no esfor\u00e7o coletivo). Para \u201ctrazer a Europa para perto de casa\u201d, \u00e9 nomeadamente considerado necess\u00e1rio que o Alto-Representante visite todos os estados-membros na primeira metade do mandato, que se encontre regularmente com os parlamentos nacionais e que fa\u00e7a parte do Di\u00e1logo de Cidad\u00e3os Europeus, como parte da Confer\u00eancia sobre o Futuro da Europa.<\/p>\n\n\n\n Josep Borrell ocupa um dos cargos mais importantes dentro da Comiss\u00e3o, enquanto Alto Representante\/Vice-Presidente, nomeadamente pelo seu papel de liga\u00e7\u00e3o entre o Conselho e a Comiss\u00e3o. A miss\u00e3o que tem de ser levada a cabo por Thierry Breton \u00e9 dividida em v\u00e1rios \u00e2mbitos. No da economia e da sociedade digital \u00e9 considerado essencial aprimorar a soberania tecnol\u00f3gica europeia, estando este ponto intimamente ligado com a \u00e1rea da defesa. Outro objetivo ser\u00e1 a cria\u00e7\u00e3o de um mercado \u00fanico de ciberseguran\u00e7a: joint cyber unit, \u00e1rea onde a UE tem tomado medidas significativas. Para al\u00e9m disso, a miss\u00e3o foca a necessidade de se tra\u00e7ar um plano de a\u00e7\u00e3o e educa\u00e7\u00e3o digital, pois de outra maneira dificilmente ir\u00e3o ser cumpridos os primeiros dois objetivos. Para apoiar a sua a\u00e7\u00e3o nesta \u00e1rea, \u00e9 prevista a cria\u00e7\u00e3o de uma nova Dire\u00e7\u00e3o na Comiss\u00e3o Europeia: a Dire\u00e7\u00e3o Geral para a Ind\u00fastria de Defesa e Espa\u00e7o. Em conclus\u00e3o, na \u00e1rea da seguran\u00e7a e defesa, Von Der Leyen procura continuar as iniciativas introduzidas por Juncker, criando condi\u00e7\u00f5es estruturais na Comiss\u00e3o Europeia para dar mais consist\u00eancia ao desenvolvimento estruturado destas quest\u00f5es. Para isso est\u00e1 prevista a constitui\u00e7\u00e3o de uma Dire\u00e7\u00e3o-Geral para a Ind\u00fastria de Defesa e Espa\u00e7o a quem competir\u00e1: a) implementar o Fundo de Defesa Europeu; b) desenvolver um mercado europeu de defesa aberto e competitivo, mas implementando as regras europeia na \u00e1rea do procurement; c) implementar o Plano de A\u00e7\u00e3o para a Mobilidade Militar em coordena\u00e7\u00e3o com a DG de Transportes e; c) estimular uma ind\u00fastria do espa\u00e7o inovadora na UE. O que, apesar de tudo, pode levantar outras quest\u00f5es internas, nomeadamente no relacionamento com a Ag\u00eancia Europeia de Defesa em quem repousa o equacionamento das quest\u00f5es de natureza t\u00e9cnica e funcionais na \u00e1rea de defesa. Em conclus\u00e3o, Von Der Leyen tentou incumbir os seus comiss\u00e1rios a melhorar certas \u00e1reas ou a introduzir \u00e1reas novas nas prioridades da UE para estes cinco anos que se avizinham. O futuro ainda \u00e9 incerto, mas se cumprirem as miss\u00f5es propostas nas suas cartas, a Comiss\u00e3o tender\u00e1 a funcionar melhorar, e consequentemente a melhorar a UE. Em tempos de Brexit, terrorismo e outras complica\u00e7\u00f5es na Europa, \u00e9 preciso fazer ver aos Europeus que esta \u00e9 a sua casa e que os seus interesses e que os da comunidade ser\u00e3o sempre defendidos em prol de um presente e futuro melhor para todos.<\/p>\n\n\n\n Trabalho realizado por:<\/p>\n\n\n\n Sara Canedo e Guilherme Echeverri<\/em><\/em><\/strong><\/strong><\/em><\/strong><\/p>\n\n\n\n Ant\u00f3nio Fontes Ramos<\/em><\/strong><\/strong><\/strong> An\u00e1lise das Cartas-Miss\u00e3o aos Alto Representante da UE para as Rela\u00e7\u00f5es Externas e de Seguran\u00e7a e Vice-Presidente da Comiss\u00e3o (que passaremos a designar por Alto Representante\/Vice-Presidente) e ao Comiss\u00e1rio para o Mercado Interno A nova Comiss\u00e3o A Comiss\u00e3o Europeia \u00e9 o \u00f3rg\u00e3o executivo da Uni\u00e3o Europeia que defende os seus interesses gerais e, claro, o dos… Ler mais »A Europa da Seguran\u00e7a e Defesa<\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":2888,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"neve_meta_sidebar":"","neve_meta_container":"","neve_meta_enable_content_width":"","neve_meta_content_width":0,"neve_meta_title_alignment":"","neve_meta_author_avatar":"","neve_post_elements_order":"","neve_meta_disable_header":"","neve_meta_disable_footer":"","neve_meta_disable_title":"","footnotes":""},"categories":[3],"tags":[],"class_list":["post-840","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-artigos-tematicos"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/840","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=840"}],"version-history":[{"count":2,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/840\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":1548,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/840\/revisions\/1548"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/2888"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=840"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=840"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=840"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}A nova Comiss\u00e3o<\/h5>\n\n\n\n
Em termos de composi\u00e7\u00e3o, a Comiss\u00e3o \u00e9 formada por uma equipa de Comiss\u00e1rios escolhidos pelo(a) Presidente designado(a), e tem um Mandato de cinco anos.
Ora, este \u00e9 um ano marcante para a Uni\u00e3o Europeia, uma vez que o mandato da atual Comiss\u00e3o, presidida por Jean-Claude Juncker termina a 31 de outubro de 2019, dando ent\u00e3o o lugar a uma nova presidente. Quem \u00e9 esta nova l\u00edder?
Ursula von der Leyen, ex-ministra da Defesa da Alemanha no governo de \u00c2ngela Merkel, \u00e9 a presidente indigitada para este t\u00e3o relevante cargo da UE. Ap\u00f3s ser eleita, a nova presidente prop\u00f5e o seu Col\u00e9gio de Comiss\u00e1rios, cada um dos quais tem de receber a aprova\u00e7\u00e3o por parte do Parlamento Europeu.
No \u00e2mbito da \u00e1rea de seguran\u00e7a e defesa, podemos destacar dois Comiss\u00e1rios com fun\u00e7\u00f5es particularmente relevantes: o espanhol Josep Borrell, Alto Representante\/Vice-Presidente, e o Comiss\u00e1rio respons\u00e1vel pelo Mercado Interno e pela nova Dire\u00e7\u00e3o-Geral da Ind\u00fastria da Defesa e do Espa\u00e7o, que \u00e9 atualmente o franc\u00eas Thierry Breton, ap\u00f3s a rejei\u00e7\u00e3o pelo Parlamento Europeu de Sylvie Goulard.
Ap\u00f3s ser eleita e escolher a sua equipa, Von der Leyen encarregou-se de escrever, como \u00e9 habitual, \u201ccartas-miss\u00e3o\u201d aos seus Comiss\u00e1rios, cartas essas que exp\u00f5em as diretrizes espec\u00edficas que dever\u00e3o orientar a sua a\u00e7\u00e3o.
Posto isto, o nosso objetivo \u00e9 fazer uma an\u00e1lise das orienta\u00e7\u00f5es que constam nesses documentos, que determinam objetivos para a nova Comiss\u00e3o 2019-2024. Embora a nomea\u00e7\u00e3o de Goulard tenha sido rejeitada pelo Parlamento, basear-nos-emos, ainda assim, no conte\u00fado da carta, que continua a ser pertinente e n\u00e3o foi substitu\u00edda. Ainda que ocupem cargos distintos, as cartas da presidente aos Comiss\u00e1rios de cada pa\u00eds apresentam um conte\u00fado semelhante a n\u00edvel de orienta\u00e7\u00f5es gerais. No entanto, cada comiss\u00e1rio recebe uma miss\u00e3o espec\u00edfica no que diz respeito \u00e0 sua \u00e1rea de atua\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\nQuais s\u00e3o, ent\u00e3o, as diretrizes pol\u00edticas gerais?<\/strong><\/h5>\n\n\n\n
1. Uma forma de trabalhar aberta e inclusiva<\/em><\/strong><\/h6>\n\n\n\n
2. Rela\u00e7\u00f5es Interinstitucionais e melhor elabora\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas<\/em><\/strong><\/h6>\n\n\n\n
Por outro lado, a n\u00edvel de pol\u00edticas, pretende-se que o consenso seja criado mais rapidamente, atrav\u00e9s de uma abordagem mais aberta e cooperativa, para criar propostas e posteriormente normas que fa\u00e7am diferen\u00e7a na vida das pessoas e nos neg\u00f3cios \u2013 algo que, a prop\u00f3sito, pode ser feito atrav\u00e9s da estrat\u00e9gia One in, one out, isto \u00e9, uma regula\u00e7\u00e3o alvo em que se se cria um encargo numa \u00e1rea, p\u00f5e-se fim a outro j\u00e1 existente. Finalmente, havendo um foco na aplica\u00e7\u00e3o do Direito da Uni\u00e3o Europeia, pelo que todas as propostas devem ser feitas sob os princ\u00edpios da proporcionalidade e da subsidiariedade \u2013 pensando no que pode ser simplificado \u2013 com coer\u00eancia e evid\u00eancia. Estes dois princ\u00edpios desempenham um papel essencial em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 perce\u00e7\u00e3o que os Estados devem ter da sua pr\u00f3pria atua\u00e7\u00e3o. Segundo o princ\u00edpio da subsidiariedade, a UE s\u00f3 dever\u00e1 assumir responsabilidades em quest\u00f5es dos seus Estados-membros se estes n\u00e3o tiverem capacidade para o fazer. Neste caso, a sua a\u00e7\u00e3o dever\u00e1 ser mais eficaz do que uma a\u00e7\u00e3o a n\u00edvel meramente nacional.<\/p>\n\n\n\n3. Trazer a Europa para perto de \u201ccasa\u201d e aproveitar o m\u00e1ximo do potencial da UE<\/em><\/strong><\/h6>\n\n\n\n
Qual a miss\u00e3o espec\u00edfica de Josep Borrell?<\/strong><\/h5>\n\n\n\n
De facto, nos termos do artigo 18\u00ba do Tratado de Lisboa, o Alto Representante \u201cconduz a pol\u00edtica externa e de seguran\u00e7a comum da Uni\u00e3o\u201d, \u201ccontribui, com as suas propostas, para a defini\u00e7\u00e3o dessa pol\u00edtica, executando-a enquanto mandat\u00e1rio do Conselho\u201d e, para isso, preside ao Conselho dos Neg\u00f3cios Estrangeiros da UE. Enquanto Vice-Presidente da Comiss\u00e3o n\u00e3o s\u00f3 aporta ao debate nesta institui\u00e7\u00e3o do circunstancialismo da pol\u00edtica externa e de seguran\u00e7a da Uni\u00e3o definidas pelo Conselho, como se pode aperceber das a\u00e7\u00f5es em curso na \u00e1rea externa por parte da Comiss\u00e3o e identificar precocemente as possibilidades de juntar val\u00eancias e de desconflituar poss\u00edveis incongru\u00eancias.
Continuando um modo de funcionamento que se tinha iniciado na Comiss\u00e3o Juncker, \u00e9, pois, significativo e parece adequado que, na Miss\u00e3o ao Alto Representante\/Vice Presidente, se refira que este deve apoiar a Presidente da Comiss\u00e3o \u201cna coordena\u00e7\u00e3o da dimens\u00e3o externa da atividade de todos os Comiss\u00e1rios\u201d. E que para assegurar uma a\u00e7\u00e3o externa \u201cmais estrat\u00e9gica e mais coerente, esta ser\u00e1 discutida sistematicamente pelo Col\u00e9gio de Comiss\u00e1rios\u201d. Para isso todos os servi\u00e7os e gabinetes dever\u00e3o apresentar os aspetos externos nas respetivas \u00e1reas numa base semanal para apoiar as reuni\u00f5es do Col\u00e9gio de Comiss\u00e1rios.
Sobre a sua Miss\u00e3o propriamente dita parecem de referir, antes de mais, os dois pr\u00e9-requisitos iniciais. O primeiro a favor do multilateralismo e da necessidade de coopera\u00e7\u00e3o e de atua\u00e7\u00e3o com os outros, perante um mundo mais complexo e inst\u00e1vel; e o segundo, o da necessidade da maior lideran\u00e7a internacional da Uni\u00e3o Europeia, devendo para isso ser usado o nosso potencial diplom\u00e1tico e econ\u00f3mico para apoiar a estabilidade e prosperidade global, assim como para nos tornarmos mais competitivos e mais capazes de exportar os nossos valores e standards.
Para isso, a Presidente da Comiss\u00e3o prop\u00f5e uma Europa mais atuante no cen\u00e1rio internacional, pela atividade de uma \u201cComiss\u00e3o Geopol\u00edtica\u201d assente em v\u00e1rias a\u00e7\u00f5es de que destacam as seguintes:<\/p>\n\n\n\nE o do Comiss\u00e1rio respons\u00e1vel pelo Mercado Interno e Dire\u00e7\u00e3o-Geral da Ind\u00fastria da Defesa e do Espa\u00e7o?<\/strong><\/h5>\n\n\n\n
No \u00e2mbito da ind\u00fastria europeia, a este Comiss\u00e1rio s\u00e3o pedidas v\u00e1rias colabora\u00e7\u00f5es nomeadamente no estabelecimento do plano de longo prazo para a estrat\u00e9gia industrial europeia; na realiza\u00e7\u00e3o do objetivo de uma economia climaticamente neutra em 2050; e na elabora\u00e7\u00e3o da nova estrat\u00e9gia para ajudar as PME a crescer e a expandirem-se, pelo acesso melhorado ao financiamento necess\u00e1rio. A este Comiss\u00e1rio \u00e9 atribu\u00edda a responsabilidade espec\u00edfica de velar pelo funcionamento regular do mercado \u00fanico e de remover as barreiras restantes no que se refere a bens e servi\u00e7os, de estabelecer condi\u00e7\u00f5es equitativas em todo o mercado \u00fanico e de contribuir para fazer face aos efeitos dos subs\u00eddios estrangeiros na distor\u00e7\u00e3o do mercado, em particular no que se refere aos contratos p\u00fablicos.
Na \u00e1rea da ind\u00fastria de defesa e do espa\u00e7o que nos interessa particularmente neste estudo, a abordagem \u00e9 semelhante \u00e0 da anterior Comiss\u00e3o, e parte do reconhecimento do significado para a europa da ind\u00fastria da defesa e do espa\u00e7o. Assim \u00e9 salientado que esta \u00e9 respons\u00e1vel por uma fatura\u00e7\u00e3o de \u20ac100 bili\u00f5es por ano e salientada a import\u00e2ncia da pol\u00edtica do espa\u00e7o considerada um dos ativos mais valiosos e estrat\u00e9gicos da UE. \u00c9, pois, com este fundamento que atribui a este Comiss\u00e1rio as seguintes responsabilidades principais:<\/p>\n\n\n\n
Consideramos que outros comiss\u00e1rios poder\u00e3o tamb\u00e9m ter um papel ativo relativamente \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 defesa, ou pelo menos poder\u00e3o trabalhar em conjunto, no sentido de se complementarem. Identific\u00e1mos, ent\u00e3o, o Comiss\u00e1rio da Economia Paolo Gentiloni, de It\u00e1lia, e a Comiss\u00e1ria da Inova\u00e7\u00e3o e Juventude Mariya Gabriel, da Bulg\u00e1ria. Estas s\u00e3o, efetivamente, \u00e1reas que se podem relacionar mais estreitamente com a \u00e1rea da defesa e seguran\u00e7a: do lado econ\u00f3mico, porque para a ind\u00fastria da defesa crescer, \u00e9 necess\u00e1rio que haja um maior investimento e, para isso, capital; do lado da inova\u00e7\u00e3o, esta \u00e9 essencial para o desenvolvimento de novas tecnologias, estrat\u00e9gias e equipamentos, atualmente indispens\u00e1veis para que seja poss\u00edvel \u00e0 Base Industrial e Tecnol\u00f3gica de Defesa Europeia superar os desafios atuais. Na miss\u00e3o de Thierry Breton, a transi\u00e7\u00e3o para uma Europa digital \u00e9 tamb\u00e9m muito vincada, a que mostra a import\u00e2ncia dada \u00e0 tecnologia considerada uma prioridade da Comiss\u00e3o que tomar\u00e1 posse brevemente. Aqui, voltamos a refor\u00e7ar a import\u00e2ncia de os Comiss\u00e1rios trabalharem em conjunto, falando e ouvindo-se mais uns aos outros.<\/p>\n\n\n\nConclus\u00f5es<\/strong><\/h5>\n\n\n\n
Al\u00e9m disso, esta Comiss\u00e3o prop\u00f5e-se impulsionar uma maior lideran\u00e7a internacional da Uni\u00e3o Europeia. Para isso concebe-se como uma \u201cComiss\u00e3o Geopol\u00edtica\u201d que procurar\u00e1 contribuir para uma Uni\u00e3o Europeia mais estrat\u00e9gica, mais assertiva, com maior capacidade de atuar autonomamente e com mais capacidade de decidir com oportunidade e efic\u00e1cia. Constituir\u00e1 assim, o \u201cGrupo de Comiss\u00e1rios para uma Europa mais Forte no Mundo\u201d dirigido pelo Alto Representante\/Vice-Presidente que ir\u00e1 coordenar a dimens\u00e3o externa da atividade de todos os Comiss\u00e1rios e assim garantir maior coer\u00eancia externa da UE.
De notar, finalmente, a determina\u00e7\u00e3o expressa pela Presidente da Comiss\u00e3o de adotar medidas vigorosas em dire\u00e7\u00e3o a um genu\u00edna Uni\u00e3o Europeia da Defesa, que falta ainda explicitar, mas que se considera um objetivo que poder\u00e1 ser marcante, nesta \u00e9poca de instabilidade, d\u00favida e incerteza.<\/p>\n\n\n\n<\/p>\n\n\n\n
Vice-Presidente da Mesa do Conselho Geral<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"