{"id":9218,"date":"2023-03-30T12:42:34","date_gmt":"2023-03-30T12:42:34","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=9218"},"modified":"2023-03-30T12:45:28","modified_gmt":"2023-03-30T12:45:28","slug":"as-relacoes-ue-russia-depois-da-guerra-na-ucrania","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/as-relacoes-ue-russia-depois-da-guerra-na-ucrania\/","title":{"rendered":"As Rela\u00e7\u00f5es UE-R\u00fassia depois da guerra na Ucr\u00e2nia"},"content":{"rendered":"\n

Introdu\u00e7\u00e3o<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

A Ucr\u00e2nia sempre desempenhou um papel importante na geopol\u00edtica mundial. Hoje, o pa\u00eds encontra-se envolvido na disputa entre as superpot\u00eancias, conflito que originar\u00e1 uma nova ordem mundial.<\/p>\n\n\n\n

Em 2014, a Ucr\u00e2nia foi palco de um conflito onde a R\u00fassia anexou a Crimeia e iniciou uma batalha contra os separatistas na regi\u00e3o de Donbass. A conquista da Crimeia foi a primeira vez, desde a 2\u00aa Guerra Mundial, que um Estado europeu foi anexado a um outro Estado. Mais de 14.000 pessoas morreram no conflito mais sangrento em solo europeu desde a Guerra dos Balc\u00e3s de 1990. As hostilidades marcam uma altera\u00e7\u00e3o no contexto securit\u00e1rio, onde passamos de um per\u00edodo de dom\u00ednio unipolar dos EUA para uma competi\u00e7\u00e3o renovada entre as principais superpot\u00eancias.<\/p>\n\n\n\n

A invas\u00e3o russa da Ucr\u00e2nia em fevereiro de 2022 \u00e9 um marco nos nove anos de conflito e demonstra uma altera\u00e7\u00e3o significativa nas pol\u00edticas de Seguran\u00e7a da Uni\u00e3o Europeia. Ap\u00f3s 6 meses, muitos analistas descrevem a invas\u00e3o como o maior erro estrat\u00e9gico realizado pelo Presidente Vladimir Putin e consideram ser uma decis\u00e3o que coloca em causa a sua longa presid\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

A invas\u00e3o alterou a ordem internacional e alterou a rela\u00e7\u00e3o entre a R\u00fassia e a Uni\u00e3o Europeia que perdurou durante 30 anos. Durante tr\u00eas d\u00e9cadas os pilares dessa rela\u00e7\u00e3o assentaram na interdepend\u00eancia econ\u00f3mica e energ\u00e9tica. Agora, a R\u00fassia representa a maior amea\u00e7a \u00e0 paz e estabilidade da Europa onde todos os setores foram sujeitos a um aumento do n\u00edvel de seguran\u00e7a. As san\u00e7\u00f5es adotadas pela UE est\u00e3o a quebrar quaisquer la\u00e7os econ\u00f3micos com a R\u00fassia. O afastamento europeu do \u00f3leo e g\u00e1s russo termina com os cinquenta anos de rela\u00e7\u00f5es e benef\u00edcio m\u00fatuo no setor energ\u00e9tico. Esta abordagem coloca o modelo econ\u00f3mico russo sob press\u00e3o, empurrar\u00e1 o pa\u00eds para a \u00c1sia e, consequentemente, uma aproxima\u00e7\u00e3o com a China.<\/p>\n\n\n\n

UE – Ucr\u00e2nia<\/strong><\/span><\/p>\n\n\n\n

A Ucr\u00e2nia era o pilar da Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica, o maior rival, depois da R\u00fassia, dos EUA durante a Guerra Fria. Era o segundo mais populoso e com maior capacidade das 15 rep\u00fablicas sovi\u00e9ticas. A Ucr\u00e2nia era t\u00e3o importante que a separa\u00e7\u00e3o de 1991 demonstrou ser catastr\u00f3fica para a R\u00fassia.<\/p>\n\n\n\n

Nas tr\u00eas d\u00e9cadas de independ\u00eancia, a Ucr\u00e2nia conseguiu criar o seu pr\u00f3prio caminho como estado soberano, enquanto procurava aproximar-se das institui\u00e7\u00f5es ocidentais (UE e NATO). No entanto, Kiev tem tido dificuldades em conseguir conciliar a sua Pol\u00edtica Externa com a forte divis\u00e3o no interior do pa\u00eds \u2013 predom\u00ednio nacionalista a Oeste, que apoia uma maior integra\u00e7\u00e3o com a Europa, enquanto que a Este encontramos uma maior influ\u00eancia russa, que favorece uma aproxima\u00e7\u00e3o com Moscovo.<\/p>\n\n\n\n

Alguns analistas consideram a invas\u00e3o russa como o culminar do crescente ressentimento por parte do Kremlin pela expans\u00e3o da NATO em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 esfera de influ\u00eancia da antiga URSS. Os l\u00edderes russos t\u00eam defendido que os EUA e a NATO t\u00eam violado as condi\u00e7\u00f5es acordadas em 1990 e a n\u00e3o expans\u00e3o da Alian\u00e7a para o antigo bloco sovi\u00e9tico.<\/p>\n\n\n\n

O grande receio do Kremlin \u00e9 a democracia, a liberdade e o Estado de Direito, que representa uma amea\u00e7a contra o regime autorit\u00e1rio da R\u00fassia e pode terminar com a possibilidade de reconstru\u00e7\u00e3o da esfera de influ\u00eancia no leste europeu. O grande objetivo de Putin \u00e9, nas palavras da historiadora Anne Applebaum: “desestabilizar, provocar medo e fazer com que a democracia n\u00e3o prevale\u00e7a na Ucr\u00e2nia enquanto a sua economia colapsa\u201d.<\/p>\n\n\n\n

Antes da invas\u00e3o de 2022, os EUA apoiavam a necessidade de acabar com os conflitos na regi\u00e3o de Donbass, nos termos do acordo de Minsk. Atualmente est\u00e1 determinado a restabelecer a integridade territorial e a soberania da Ucr\u00e2nia. N\u00e3o reconhece a anexa\u00e7\u00e3o da Crimeia ou qualquer outra regi\u00e3o anexada pela R\u00fassia.<\/p>\n\n\n\n

As for\u00e7as ocidentais e os seus parceiros t\u00eam tomado diversas medidas para aumentar o apoio \u00e0 Ucr\u00e2nia e sancionar a R\u00fassia. Os EUA j\u00e1 forneceram \u00e0 Ucr\u00e2nia 17 bili\u00f5es de d\u00f3lares em assist\u00eancia militar, incluindo sistemas de rockets de \u00faltima gera\u00e7\u00e3o e sistemas de m\u00edsseis, helic\u00f3pteros e drones com capacidade letal. Diversos aliados da NATO tamb\u00e9m t\u00eam reunido esfor\u00e7os para poder contribuir de forma semelhante.<\/p>\n\n\n\n

Entretanto, as san\u00e7\u00f5es contra a R\u00fassia t\u00eam aumentado, atingindo os setores financeiro, energ\u00e9tico, defesa e tecnol\u00f3gico, bem como os respetivos oligarcas e outros indiv\u00edduos.<\/p>\n\n\n\n

A invas\u00e3o tamb\u00e9m teve consequ\u00eancias no t\u00e3o esperado gasoduto \u201cNord Stream 2\u201d, depois da Alemanha ter suspendido o processo de certifica\u00e7\u00e3o. Muitos cr\u00edticos americanos e ucranianos estavam contra a constru\u00e7\u00e3o do gasoduto, alegando que possibilitaria \u00e0 R\u00fassia ter maior capacidade pol\u00edtica sobre a Ucr\u00e2nia e sobre o mercado europeu. Em resposta, a R\u00fassia suspendeu, indefinidamente, as opera\u00e7\u00f5es no gasoduto \u201cNord Stream 1\u201d, que fornece o mercado europeu com 1\/3 das suas necessidades.<\/p>\n\n\n\n

A unidade dentro da Uni\u00e3o Europeia tem sido excecional na aplica\u00e7\u00e3o de san\u00e7\u00f5es \u00e0 R\u00fassia. Os decl\u00ednios nas rela\u00e7\u00f5es econ\u00f3micas decresceram de forma acentuada. Devido \u00e0s san\u00e7\u00f5es, a Alemanha reduziu em 34% as exporta\u00e7\u00f5es para Moscovo no primeiro semestre de 2022, o seu maior parceiro dentro da Uni\u00e3o Europeia, comparativamente ao per\u00edodo hom\u00f3logo de 2021. A R\u00fassia caiu de 14\u00ba para 25\u00ba lugar em termos de destinat\u00e1rios da exporta\u00e7\u00e3o alem\u00e3, ap\u00f3s anos de conflito acerca da constru\u00e7\u00e3o do gasoduto \u201cNord Stream 2\u201d que liga a R\u00fassia e a Alemanha no Mar B\u00e1ltico. A Alemanha suspendeu o seu processo de certifica\u00e7\u00e3o como retalia\u00e7\u00e3o \u00e0 invas\u00e3o da Ucr\u00e2nia. Consequentemente, a Alemanha foi obrigada a procurar alternativas, beneficiando pa\u00edses como o M\u00e9dio Oriente, Noruega e Estados Unidos da Am\u00e9rica, em particular por G\u00e1s Natural Liquefeito (GNL).<\/p>\n\n\n\n

A Guerra demonstra que a Europa necessita de estrat\u00e9gias a curto, m\u00e9dio e longo-prazo para lidar com a R\u00fassia de forma a afetar a sua capacidade de intervir nos pa\u00edses vizinhos. Esta altera\u00e7\u00e3o geopol\u00edtica era necessariamente inevit\u00e1vel, n\u00e3o fosse a principal raz\u00e3o da guerra a perce\u00e7\u00e3o da R\u00fassia face \u00e0 expans\u00e3o da NATO e da Uni\u00e3o Europeia para a sua zona de influ\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

Apesar de alguma discord\u00e2ncia e contradi\u00e7\u00f5es na UE, a pol\u00edtica face aos pa\u00edses vizinhos e medidas de soft power<\/em> come\u00e7aram a produzir resultados dentro da sociedade. Em contraste, a elite russa apenas conseguiu recorrer ao hard power<\/em> numa tentativa desesperada de conseguir evitar a perda de influ\u00eancia na Ucr\u00e2nia. Torna-se evidente que o uso da for\u00e7a<\/em> para subjugar outro pa\u00eds \u00e9 a \u201carma\u201d que est\u00e1 a diminuir a capacidade de Moscovo projetar o seu poder e tem aumentado a capacidade europeia em manter a unidade.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 necess\u00e1rio refor\u00e7ar a uni\u00e3o que tem sido desenvolvida dentro da UE como forma de rejeitar a agress\u00e3o russa, e devem ser implementadas medidas para fazer face a uma nova rela\u00e7\u00e3o com a R\u00fassia. Primeiro, \u00e9 importante que a UE desenvolva uma Pol\u00edtica Externa considerando que a UE se tornou um ator geopol\u00edtico com relev\u00e2ncia no dom\u00ednio regional, e a R\u00fassia representa a maior amea\u00e7a contra os estados-membros. Segundo, a UE deve implementar pol\u00edticas eficazes para a integra\u00e7\u00e3o de pa\u00edses do leste europeu. Terceiro, a UE deve criar novas pol\u00edticas relativamente a Moscovo, o que demonstra ser uma tarefa complicada com o regime atual.<\/p>\n\n\n\n

O Futuro das Rela\u00e7\u00f5es UE-R\u00fassia<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

Com o atual regime em Moscovo n\u00e3o existe possibilidade de entendimento. As rela\u00e7\u00f5es com a R\u00fassia apenas ser\u00e3o retomadas com uma altera\u00e7\u00e3o significativa do regime. Desde o in\u00edcio da guerra que a R\u00fassia se tem tornado mais fechada e mais repressiva da sociedade e da oposi\u00e7\u00e3o. Uma derrota na Ucr\u00e2nia significaria uma grande humilha\u00e7\u00e3o, no entanto, n\u00e3o h\u00e1 qualquer garantia de que isso levaria a uma altera\u00e7\u00e3o de lideran\u00e7a ou de regime.<\/p>\n\n\n\n

A integra\u00e7\u00e3o da Ge\u00f3rgia, Mold\u00e1via e Ucr\u00e2nia na Uni\u00e3o Europeia demonstra ser determinante para evidenciar exemplos de sucesso na transforma\u00e7\u00e3o, democratiza\u00e7\u00e3o e reforma p\u00f3s-sovi\u00e9tica. N\u00e3o s\u00f3 teria um \u201cefeito em cadeia\u201d como tamb\u00e9m \u00e9 crucial para a altera\u00e7\u00e3o do autoritarismo na R\u00fassia. A vit\u00f3ria da Ucr\u00e2nia representaria a sua integra\u00e7\u00e3o na UE, que teria um forte impacto na R\u00fassia \u2013 demonstra que existe alternativa ao autoritarismo e confirmava que a democratiza\u00e7\u00e3o e reformas estruturais podem acontecer nos pa\u00edses que pertenciam \u00e0 antiga Uni\u00e3o Sovi\u00e9tica.<\/p>\n\n\n\n

Para al\u00e9m da guerra na Ucr\u00e2nia, os Estados-Membros precisam de uma estrat\u00e9gia nova face \u00e0 R\u00fassia. A longo-prazo \u00e9 fundamental tornar os Estados-Membros e a respetiva sociedade resiliente contra a influ\u00eancia russa. A m\u00e9dio e a curto prazo precisamos de maior coordena\u00e7\u00e3o entre estados e um refor\u00e7o na prote\u00e7\u00e3o contra a desinforma\u00e7\u00e3o e ataques h\u00edbridos, dissuas\u00e3o militar, econ\u00f3mica e energ\u00e9tica de forma a reduzir as vulnerabilidades existentes.<\/p>\n\n\n\n

A lideran\u00e7a alem\u00e3 deve ser substitu\u00edda, isto porque deu provas no passado de n\u00e3o ser eficiente e suficientemente aut\u00f3noma devido \u00e0 forte depend\u00eancia energ\u00e9tica da R\u00fassia. Exige-se maior equil\u00edbrio entre os Estados-Membros com maior capacidade e os mais pequenos, isto porque estados como a Fran\u00e7a ou a Alemanha n\u00e3o podem determinar a pol\u00edtica da Uni\u00e3o Europeia face \u00e0 R\u00fassia pelas raz\u00f5es j\u00e1 enumeradas. Estes estados com maior capacidade devem ainda distanciar-se das pol\u00edticas energ\u00e9ticas russas para afirmar a sua autonomia.<\/p>\n\n\n\n

A UE tem de demonstrar maior ambi\u00e7\u00e3o se quer ser um ator internacional relevante. No entanto, a tarefa demonstra ser lenta em parte devido aos fortes la\u00e7os hist\u00f3ricos entre alguns Estados-Membros e a R\u00fassia. Concomitantemente, o afastamento progressivo do mercado energ\u00e9tico e econ\u00f3mico russo facilita uma pol\u00edtica comum face a Moscovo. Assim, a UE deve ser capaz de coordenar as pol\u00edticas europeias face \u00e0 R\u00fassia enquanto mant\u00e9m as rela\u00e7\u00f5es pr\u00f3ximas com Washington e o leste europeu.<\/p>\n\n\n\n

Conclus\u00e3o<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

Se a R\u00fassia fosse uma democracia, a Seguran\u00e7a da Europa e as rela\u00e7\u00f5es com a UE seriam diferentes. \u00c9 necess\u00e1rio implementar uma estrat\u00e9gia para que a Uni\u00e3o consiga demonstrar \u00e0 sociedade russa que existe a possibilidade de viver em liberdade na R\u00fassia, caso esta sofra uma transforma\u00e7\u00e3o muito acentuada. Para isso acontecer \u00e9 necess\u00e1rio que a Ucr\u00e2nia consiga declarar vit\u00f3ria.<\/p>\n\n\n\n

O autoritarismo e o imperialismo n\u00e3o s\u00e3o suficientes para manter a sociedade oprimida, e n\u00e3o \u00e9 uma op\u00e7\u00e3o a longo-prazo. A \u00fanica solu\u00e7\u00e3o que poderia ter efeitos ben\u00e9ficos a longo-prazo seria a democracia.<\/p>\n\n\n\n

A guerra na Ucr\u00e2nia e a pol\u00edtica de Seguran\u00e7a de Putin tornam evidente que \u00e9 imposs\u00edvel querer dialogar com Moscovo para fortalecer a Seguran\u00e7a na Europa. O Kremlin tem demonstrado que o autoritarismo \u00e9 a maior amea\u00e7a contra a Paz e a Seguran\u00e7a europeia. Assim, o principal objetivo do Ocidente na guerra \u00e9 garantir que Moscovo n\u00e3o tem a capacidade nem a vontade de invadir pa\u00edses na europa.<\/p>\n\n\n\n

Para alcan\u00e7ar este objetivo s\u00e3o necess\u00e1rias transforma\u00e7\u00f5es e a altera\u00e7\u00e3o do regime russo para uma democracia. Apenas uma democracia deixar\u00e1 de representar uma amea\u00e7a contra a Ucr\u00e2nia e contra a seguran\u00e7a regional. As restantes alternativas apenas solucionam o problema de forma tempor\u00e1ria.<\/p>\n\n\n\n

Devemos relembrar que, ap\u00f3s a Segunda Guerra Mundial, a maioria dos cidad\u00e3os da Alemanha Nazi e do Jap\u00e3o Imperial apoiavam o plano hitleriano de expandir para o Ocidente, celebraram a ocupa\u00e7\u00e3o de Paris, apoiaram a expans\u00e3o japonesa para o Pacifico e China, e aplaudiram as For\u00e7as Armadas do Jap\u00e3o pelo ataque a Pearl Harbor. No entanto, depois das derrotas da Alemanha e do Jap\u00e3o, hoje os cidad\u00e3os desses mesmos pa\u00edses est\u00e3o satisfeitos com a resili\u00eancia e a estabilidade democr\u00e1tica que vivem. Est\u00e3o bastante contentes com a \u201cimposi\u00e7\u00e3o\u201d democr\u00e1tica e com a garantia de que o nazismo e o imperialismo deixaram de representar uma amea\u00e7a.<\/p>\n\n\n\n

De forma semelhante, o Ocidente deve entender que a \u00fanica solu\u00e7\u00e3o para a Seguran\u00e7a e estabilidade europeia passa pela democratiza\u00e7\u00e3o da R\u00fassia que deve ser precedida de uma derrota definitiva na Ucr\u00e2nia.<\/p>\n\n\n\n

A estrat\u00e9gia europeia para a coopera\u00e7\u00e3o com a R\u00fassia democrata deve assentar em quatro pontos essenciais: Primeiro, deve ser comprovada a implementa\u00e7\u00e3o das institui\u00e7\u00f5es democr\u00e1ticas na R\u00fassia, nomeadamente: Estado de Direito, transpar\u00eancia, separa\u00e7\u00e3o de poderes e o respeito pelos Direitos Humanos. Segundo, a R\u00fassia democrata deve respeitar as regras do Direito Internacional, terminando com as constantes invas\u00f5es nos pa\u00edses vizinhos. Terceiro, a R\u00fassia tem de comprometer-se em acabar com manobras h\u00edbridas na sociedade ocidental e as opera\u00e7\u00f5es de desinforma\u00e7\u00e3o. Quarto, a R\u00fassia deve retirar as suas tropas do territ\u00f3rio ucraniano e terminar com a guerra, assumindo a reconstitui\u00e7\u00e3o e a n\u00e3o interfer\u00eancia nos assuntos internos da Ucr\u00e2nia.<\/p>\n\n\n\n

Em suma, a Federa\u00e7\u00e3o Russa deve reinventar-se, assim como fez a Alemanha e o Jap\u00e3o, mas tamb\u00e9m o Reino Unido, com Margaret Thatcher, depois de 1979, o Chile, depois do ditador Augusto Pinochet e Espanha, ap\u00f3s a ditadura de Francisco Franco.<\/p>\n\n\n\n


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30 de mar\u00e7o de 2023<\/p>\n\n\n\n

Jorge Rafael Costa Silva<\/strong>
EuroDefense Jovem Portuga<\/em>l<\/p>\n\n\n\n


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Bibliografia<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n

Masters, J. (2022) Ukraine Conflict at the Crossroads of Europe and Russia, Wilfried Martens Centre for European Studies<\/p>\n\n\n\n

Meister, S. (2022) A Paradigm Shift: EU-Russia Relations After the War in Ukraine, Carnegie Europe<\/p>\n\n\n\n

Kubilius. A., Milov, V., Freudenstein, R., Guriev, S. (2022) The Eu\u2019s Relations with a Future Democratic Russia. Wilfried Martens Center for European Studies<\/p>\n\n\n\n

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NOTA<\/strong>:<\/mark><\/p>\n\n\n\n