{"id":9309,"date":"2023-04-18T07:43:29","date_gmt":"2023-04-18T07:43:29","guid":{"rendered":"https:\/\/eurodefense.pt\/?p=9309"},"modified":"2023-04-18T12:29:47","modified_gmt":"2023-04-18T12:29:47","slug":"o-brasil-de-lula-no-panorama-internacional-o-enquadramento-na-disputa-entre-eua-e-china","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/eurodefense.pt\/o-brasil-de-lula-no-panorama-internacional-o-enquadramento-na-disputa-entre-eua-e-china\/","title":{"rendered":"O Brasil de Lula no panorama internacional \u2013 O enquadramento na disputa entre EUA e China"},"content":{"rendered":"\n
No passado dia 1 de janeiro de 2023, Lula da Silva iniciou fun\u00e7\u00f5es enquanto Presidente do Brasil, ap\u00f3s um processo eleitoral conturbado e marcado por uma feroz disputa entre o atual presidente e Jair Bolsonaro. A promessa de uma rutura para com as anteriores pol\u00edticas do executivo brasileiro impactou a campanha de Lula da Silva, sendo que, neste momento, as diferen\u00e7as j\u00e1 se encontram altamente vincadas, por exemplo, no que diz respeito \u00e0 estrat\u00e9gia para a pol\u00edtica internacional, onde se destacam m\u00faltiplos ind\u00edcios de uma maior abertura, depois de um per\u00edodo de maior isolacionismo levado a cabo pelo anterior presidente.<\/p>\n\n\n\n
O retorno do Brasil ao jogo das rela\u00e7\u00f5es entre estados parece ser, portanto, uma caracter\u00edstica fundamental do governo de Lula, algo que se entende pela s\u00e9ria perda de influ\u00eancia do Brasil no panorama pol\u00edtico internacional dos \u00faltimos anos, num cen\u00e1rio em que fatores como o insucesso no combate \u00e0 pandemia ou o discurso contradit\u00f3rio de Bolsonaro em mat\u00e9ria econ\u00f3mica contribu\u00edram para esta realidade. Tendo isto em conta, n\u00e3o se pode estranhar que os primeiros movimentos de Lula da Silva no tabuleiro internacional estejam relacionados com as duas grandes pot\u00eancias atuais, ou seja, os Estados Unidos da Am\u00e9rica e a China: depois de uma mais discreta visita a Joe Biden, Lula encontrou-se na \u00faltima semana com o Presidente chin\u00eas Xi Jinping, perante o olhar atento de todo o mundo.<\/p>\n\n\n\n
Uma aproxima\u00e7\u00e3o \u00e0 China?<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n Uma aproxima\u00e7\u00e3o do Brasil \u00e0 China n\u00e3o seria, de todo, surpreendente se olharmos para a primeira vez que Lula tomou conta dos destinos do Brasil. Em 2009 a aproxima\u00e7\u00e3o alcan\u00e7ou uma efetiva\u00e7\u00e3o concreta com o surgimento do grupo \u201cBRICS\u201d que junta, precisamente, o Brasil e a China entre outras economias de elevado potencial. A este respeito, n\u00e3o podemos, de igual modo, ignorar a afilia\u00e7\u00e3o ideol\u00f3gica de Lula da Silva e a influ\u00eancia que tal poder\u00e1 ter na vontade aparente de se aconchegar \u00e0 China.<\/p>\n\n\n\n A recente visita ao territ\u00f3rio chin\u00eas por parte de Lula da Silva sinalizou por diversos motivos uma vontade \u00f3bvia de conquistar um lugar importante enquanto parceiro chin\u00eas. Se \u00e0 partida seria natural pensar que a diferen\u00e7a no tamanho da comitiva que visitou os EUA em compara\u00e7\u00e3o com aquela que visitou a China (substancialmente mais alargada neste segundo caso) \u00e9 apenas um insignificante acaso, a verdade \u00e9 que estes tipos de detalhes adquirem relev\u00e2ncia adicional quando se analisa rela\u00e7\u00f5es internacionais e movimentos diplom\u00e1ticos desta natureza. Por outro lado, a crescente import\u00e2ncia da China em mat\u00e9ria econ\u00f3mica n\u00e3o passa indiferente a nenhum canto do mundo como facilmente se compreende e, se inclusivamente em solo europeu existem j\u00e1 v\u00e1rias pistas de aproxima\u00e7\u00e3o \u00e0 China em mat\u00e9ria comercial, esperar-se-ia, sem espanto, que pa\u00edses como o Brasil seguissem tamb\u00e9m esta mesma orienta\u00e7\u00e3o e a levassem at\u00e9 a outros patamares de maior proximidade como parece estar a ocorrer. Neste aspeto, n\u00e3o \u00e9 coincid\u00eancia que Lula da Silva tenha estado reunido, na visita \u00e0 China, com empres\u00e1rios brasileiros ligados ao setor agr\u00edcola e da ind\u00fastria agroalimentar, tendo em considera\u00e7\u00e3o que a China possui a maior fatia das exporta\u00e7\u00f5es brasileiras ligadas a esta \u00e1rea.<\/p>\n\n\n\n A maior novidade e causa de alerta para os Estados Unidos est\u00e1 ligada, n\u00e3o tanto a uma espect\u00e1vel coopera\u00e7\u00e3o comercial, mas principalmente a uma parceria que transcende esta vertente: uma parceria pol\u00edtica, diplom\u00e1tica e que, segundo declara\u00e7\u00f5es de Lula, pretende \u201cequilibrar a geopol\u00edtica mundial\u201d. Neste sentido, verifica-se tamb\u00e9m um ensaio a uma guerra aberta ao d\u00f3lar enquanto moeda predileta no com\u00e9rcio entre estados, situa\u00e7\u00e3o que faz estremecer consideravelmente a arena das rela\u00e7\u00f5es internacionais pela influ\u00eancia que o discurso pode ter na perspetiva de outros pa\u00edses em rela\u00e7\u00e3o a este t\u00f3pico e, na medida em que uma eventual perda de impacto do d\u00f3lar neste tipo de transa\u00e7\u00f5es constitui, claramente, um golpe assinal\u00e1vel aos EUA ao mesmo tempo que abala o equil\u00edbrio de poder internacional.<\/p>\n\n\n\n Efetivamente, a China v\u00ea no Brasil um aliado de muito valor estrat\u00e9gico e teria todo o interesse em captar a aten\u00e7\u00e3o de um Lula da Silva que pretende a todo o custo resgatar o poder e influ\u00eancia que o Brasil tem vindo a perder. Relata-se que durante a visita da \u00faltima semana, os l\u00edderes de ambos pa\u00edses tenham assinado quinze acordo de coopera\u00e7\u00e3o e parceria, acordos estes que parecem possuir import\u00e2ncia significativa de acordo com algumas an\u00e1lises preliminares, n\u00e3o sendo portanto apenas uma manobra diplom\u00e1tica, mas sim algo concreto. Destaca-se talvez um acordo em espec\u00edfico que diz muito em rela\u00e7\u00e3o \u00e0quilo que tem vindo a ser a estrat\u00e9gia e pol\u00edtica chinesa e que tem a ver com um pacto para a constru\u00e7\u00e3o de um sat\u00e9lite que permite a emiss\u00e3o televisiva conjunta entre os dois pa\u00edses. A confirmar-se, este seria possivelmente mais um passo para a expans\u00e3o de influ\u00eancia e da propaganda chinesa, que dever\u00e1 querer atingir outras partes do mundo de maneira eficaz com vista a adquirir maior preponder\u00e2ncia, naquilo que \u00e9, da mesma maneira, mais uma prova da inten\u00e7\u00e3o de Xi Jinping em fazer uso da tecnologia como instrumento de obten\u00e7\u00e3o de poder.<\/p>\n\n\n\n Rela\u00e7\u00e3o com os EUA<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n As rela\u00e7\u00f5es entre Estados Unidos e Brasil permanecem algo conturbadas como j\u00e1 tinha acontecido no anterior mandato do governo brasileiro. A visita de Lula a Washington, que ocorreu no passado m\u00eas de fevereiro, ficou marcado por um encontro relativamente curto entre os dois Presidentes em compara\u00e7\u00e3o com o que sucedeu em Pequim, circunst\u00e2ncia que parece indicar uma manobra subtil e premeditada de Lula da Silva. Recordar tamb\u00e9m que na antec\u00e2mara desta visita aos EUA, o Presidente brasileiro adiou a atracagem de navios de guerra iranianos no seu territ\u00f3rio, resultado da press\u00e3o exercida por Washington e numa tentativa de aliviar tens\u00f5es em v\u00e9spera de se encontrar com Joe Biden. A realidade mostrou que, n\u00e3o obstante os esfor\u00e7os diplom\u00e1tico norte-americanos, a marinha brasileira acabaria por conceder permiss\u00e3o para a atracagem dos navios, contribuindo para um degradar de tom nas rela\u00e7\u00f5es entre ambos. Este acontecimento marca uma evidente tomada de posi\u00e7\u00e3o por parte de Lula, que assim solidifica a sua vontade de se apresentar na comunidade internacional enquanto ator neutral neste tipo de quest\u00f5es, \u00e0 imagem do que vai fazendo a China. Esta perspetiva estende-se, no mesmo molde, ao conflito entre a R\u00fassia e a Ucr\u00e2nia como afirmou, ali\u00e1s, o pr\u00f3prio Lula na recente viagem a Pequim, onde teceu m\u00faltiplas cr\u00edticas aos EUA pelo \u201cincentivo\u201d que t\u00eam causado \u00e0 guerra.<\/p>\n\n\n\n Ainda que, aparentemente, exista uma aproxima\u00e7\u00e3o \u00e0 China n\u00e3o \u00e9 previs\u00edvel que o Brasil se afaste por completo dos EUA por toda a import\u00e2ncia que a grande pot\u00eancia tem na regi\u00e3o da Am\u00e9rica Latina, pela proximidade geogr\u00e1fica e, naturalmente, porque n\u00e3o interessa ter nos EUA um inimigo de qualquer tipo, mesmo que se verifiquem discord\u00e2ncias estruturais entre os dois executivos. Assim, depreende-se que a estrat\u00e9gia do presidente do Brasil passa por uma tentativa clara de se afirmar enquanto ator internacional relevante colocando-se, para esse efeito, numa posi\u00e7\u00e3o em que Estados Unidos e China disputam entre si a sua aten\u00e7\u00e3o, algo que foi, inclusivamente, assumido por um dos membros da comitiva brasileira que viajou para a China: \u201c(…) se os dois gigantes quiserem brigar para saber quem ser\u00e1 o melhor parceiro para o Brasil, s\u00f3 temos a ganhar.\u201d<\/p>\n\n\n\n Conclus\u00e3o<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n O posicionamento do Brasil na disputa entre Estados Unidos e China \u00e9 ainda uma inc\u00f3gnita e seria ainda cedo para retirar conclus\u00f5es concretas acerca deste tema. Todavia, os pren\u00fancios s\u00e3o bastante esclarecedores no que concerne \u00e0 vis\u00e3o e estrat\u00e9gia do Presidente Lula da Silva: por um lado, acredita que neste momento a China poder\u00e1 trazer mais vantagens e solu\u00e7\u00f5es a um Brasil que necessita, urgentemente, de se afirmar enquanto pot\u00eancia de destaque em termos econ\u00f3micos e pol\u00edticos; por outro, n\u00e3o querer\u00e1 fechar a porta aos EUA que, tudo somado, sobrevivem enquanto maior pot\u00eancia mundial. Numa diferente perspetiva, a China parece ver no Brasil um aliado de peso que servir\u00e1 como via para expandir, definitivamente, a sua influ\u00eancia numa regi\u00e3o importante como \u00e9 a Am\u00e9rica Latina. Dito isto, Xi Jinping alicia o Brasil com propostas concretas e valoriza esta boa rela\u00e7\u00e3o de uma maneira muito assertiva e evidente atrav\u00e9s de grandes consensos e da assinatura de v\u00e1rios acordos. Joe Biden, por sua vez, n\u00e3o ter\u00e1 vontade de ir pelo mesmo caminho, ficando os consensos e os acordos relacionados, somente, com as altera\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e com o problema ambiental da Amaz\u00f3nia.<\/p>\n\n\n\n Um alinhamento do Brasil mais pr\u00f3ximo da China e o exemplo que tal escolha possa dar a outros estados em desenvolvimento resulta naquilo que pode facilmente ser mais um fator de poder para a China e mais um golpe na hegemonia dos Estados Unidos da Am\u00e9rica. Deste ponto de vista, a estrat\u00e9gia chinesa leva vantagem pela capacidade que tem de se apresentar neutral em assuntos que causam fraturas na opini\u00e3o p\u00fablica mundial e pelo alargamento da esfera de influ\u00eancia em pa\u00edses desfavorecidos que se sentem abandonados pela comunidade internacional. A apreens\u00e3o americana \u00e9 percet\u00edvel e natural, mas n\u00e3o ter\u00e3o tarefa f\u00e1cil para que o equil\u00edbrio de poder permane\u00e7a confortavelmente do seu lado: mais um passo no estabelecimento de uma ordem mundial bipolar?<\/p>\n\n\n\n 18 de abril de 2023<\/p>\n\n\n\n Guilherme de Sousa Taxa<\/strong> Bibliografia<\/span><\/strong><\/p>\n\n\n\n Tobin, M., & Li, L. (2023, April 14). Brazil\u2019s Lula is latest world leader to visit Beijing, marking closer China ties. Washington Post. https:\/\/www.washingtonpost.com\/world\/2023\/04\/14\/brazil-china-lula-xi-jinping<\/span><\/a><\/em>\/<\/em><\/a><\/p>\n\n\n\n Miguel, I. P., & Lusa, J. E. C. (2023). Lula afirma-se como ator internacional importante com viagem \u00e0 China. O Jornal Econ\u00f3mico<\/em>. https:\/\/jornaleconomico.pt\/noticias\/lula-afirma-se-como-ator-internacional-importante-com-viagem-a-china-1016313<\/span><\/a><\/p>\n\n\n\n Vivo\/Lusa, D. (2023, April 13). Lula da Silva questiona papel do d\u00f3lar e defende outras moedas no com\u00e9rcio com a China. Dinheiro Vivo<\/em>. https:\/\/www.dinheirovivo.pt\/economia\/internacional\/lula-da-silva-questiona-papel-do-dolar-e-defende-outras-moedas-no-comercio-com-a-china-16170091.html<\/span><\/a><\/p>\n\n\n\n Explainers, F., & Explainers, F. (2023, April 4). Dumping the Dollar: Will a new BRICS currency replace the US currency for trade? Firstpost<\/em>. https:\/\/www.firstpost.com\/explainers\/dumping-the-dollar-brics-currency-us-dollar-trade-india-china-russia-12403612.html<\/span><\/a><\/p>\n\n\n\n Ribbeiro, L. (2023, February 28). Navios de guerra do Ir\u00e3 atracam no Brasil, mesmo ap\u00f3s press\u00e3o dos EUA. CNN Brasil<\/em>. https:\/\/www.cnnbrasil.com.br\/nacional\/navios-de-guerra-do-ira-atracam-no-brasil-mesmo-apos-pressao-dos-eua\/<\/span><\/a><\/p>\n\n\n\n Reda\u00e7\u00e3o. (2023, April 14). Brasil e China: \u201cParcerias s\u00e3o de grande impacto econ\u00f4mico\u201d, diz especialista<\/em>. Brasil De Fato. https:\/\/www.brasildefato.com.br\/2023\/04\/14\/brasil-e-china-parcerias-sao-de-grande-impacto-economico-diz-especialista<\/span><\/a><\/p>\n\n\n\n Mahbubani, K. (2020). A China j\u00e1 ganhou?<\/em> Bertrand Editora.<\/p>\n\n\n\n NOTA<\/strong>:<\/mark><\/p>\n\n\n\n No passado dia 1 de janeiro de 2023, Lula da Silva iniciou fun\u00e7\u00f5es enquanto Presidente do Brasil, ap\u00f3s um processo eleitoral conturbado e marcado por uma feroz disputa entre o atual presidente e Jair Bolsonaro. A promessa de uma rutura para com as anteriores pol\u00edticas do executivo brasileiro impactou a campanha de Lula da Silva,… Ler mais »O Brasil de Lula no panorama internacional \u2013 O enquadramento na disputa entre EUA e China<\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":9316,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"neve_meta_sidebar":"","neve_meta_container":"","neve_meta_enable_content_width":"","neve_meta_content_width":0,"neve_meta_title_alignment":"","neve_meta_author_avatar":"","neve_post_elements_order":"","neve_meta_disable_header":"","neve_meta_disable_footer":"","neve_meta_disable_title":""},"categories":[25],"tags":[],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9309"}],"collection":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=9309"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9309\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":9311,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9309\/revisions\/9311"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media\/9316"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=9309"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=9309"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/eurodefense.pt\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=9309"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}
\n\n\n\n
EuroDefense Jovem Portuga<\/em>l<\/p>\n\n\n\n
\n\n\n\n
\n\n\n\n\n