Seminário – Unmanned Aerial Vehicles (UAV’s) – “Que estratégias para os utilizadores e para a base tecnológica e industrial nacional?”
A fim de promover o debate e fomentar a consciencialização em Portugal sobre os Veículos Aéreos Não-Tripulados, numa perspectiva holística dos actores e agentes civis e militares do sistema de “procurement” nacional, no dia 15 de Dezembro de 2009 realizou-se no Instituto de Estudos Superiores Militares o Seminário “Unmanned Aerial Vehicles (UAV’s) – Que estratégias para os utilizadores e para a base tecnológica e industrial nacional?”.
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Este Seminário, organizado conjuntamente pela AIP-CE, AFCEA-Portugal, EuroDefense-Portugal, PEMAs, EMPORDEF e DANOTEC, teve como objectivo imediato dar a conhecer a visão política do futuro desenvolvimento dos UAV’s em Portugal, o planeamento das necessidades e harmonização dos requisitos, a capacidade de resposta da base científica, tecnológica e industrial nacional e as oportunidades oferecidas pelos programas estruturantes nacionais e no âmbito da União Europeia.
O Seminário desenvolveu-se ao longo do dia de acordo com o seguinte programa:
- Sessão de Abertura – com a presença e intervenção de S.Ex.ª o Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, Dr. Marcos Perestrello de Vasconcellos
▪ VAlm. Álvaro Sabino Guerreiro, Director do Instituto de Estudos Superiores Militares
▪ Dr. André Magrinho, em representação do Presidente da Associação Industrial Portuguesa – Confederação Empresarial
▪ Dr. António Figueiredo Lopes, Presidente da Direcção do Centro de Estudos EuroDefense-Portugal
▪ TGen. Eduardo Mateus da Silva (Coordenador do Seminário)
– “Uma visão para os UAVs no contexto de um conceito abrangente de segurança e defesa. Impacto económico e competitividade das aplicações de duplo uso”.
▪ Prof. Doutor Fernando Carvalho Rodrigues, Director da “Public Diplomacy Division” do NATO HQ
- Painel 1 – “As necessidades prioritárias nacionais. A visão estratégica dos decisores políticos”
Moderador – CAlm. Carlos Rodolfo, Presidente da AFCEA-Portugal
Oradores:
▪ TCor. Joaquim Ramalho, Direcção-Geral de Política de Defesa Nacional
▪ Cte. João Fonseca Ribeiro, Estado-Maior da Armada
▪ Dr. Carlos Ferreira, Director de Serviços de Fiscalização da Pesca
▪ Eng.º Victor Rosa, Instituto Nacional de Aviação Civil
- Painel 2 – “As capacidades nacionais e o desenvolvimento da base tecnológica e industrial nacional”
Moderador – Dr. António Jorge Rolo, Presidente da EMPORDEF
Oradores:
– “Resposta tecnológica da indústria e do Sistema Científico e Tecnológico Nacional”
▪ Dr. Luís Filipe Costa, Presidente do IAPMEI
▪ Dr. Lino Fernandes, Presidente da Agência de Inovação
– “Programas estruturantes e apoios. Instituições nacionais e comunitárias”
▪ Cte. Luís Fernandes Rebelo, Direcção-Geral de Armamento e Infra-Estruturas de Defesa
▪ Mr. Jukka Juusti, Director de Armamento, European Defence Agency
▪ Eng.ª Virgínia Corrêa, Directora do Gabinete de Promoção do 7º Programa-Quadro de I&DT
- Painel 3 – “Redes de competências, I&D e Indústria”
– “Uma revolução da robótica na segurança e defesa e na economia do Séc. XXI”
▪ TGen. Eduardo Mateus da Silva, membro do EuroDefense-Portugal e consultor da AIP
Moderador – MGen. José Cordeiro, Presidente da DANOTEC
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Oradores:
– “Universidades e Centros de Investigação”
▪ Prof. Joaquim Silva Gomes, Director do Laboratório de Energia, Transportes e Aeronáutica, INEGI
▪ Prof. Eng.º Victor Barroso, Presidente Instituto de Sistemas de Robótica, IST
▪ Eng.º Augustin Olivier, Assessor da Direcção do INESC-Porto
▪ TCor. José Morgado e Eng.º Borges de Sousa, “Projecto de investigação e tecnologia em veículos aéreos não tripulados (PITVANT)”, Academia da Força Aérea e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
– “A indústria na satisfação das necessidades. Soluções. Opções para as PMEs”
▪ Eng.º Sérgio da Cunha Oliveira, Director-Geral da PEMA
- Conclusões
▪ MGen Augusto de Melo Correia, Vice-Presidente da Direcção do Centro de Estudos EuroDefense-Portugal
- Sessão de Encerramento – com a presença e intervenção de S. Ex.ª o Ministro da Administração Interna, Dr. Rui Pereira
Nas conclusões que o MGen Melo Correia apresentou, merecem destaque as seguinte ideias-força:
- Os UAVs constituem já hoje uma realidade incontornável para aplicações civis e militares e a sua procura e emprego operacional continuará a crescer no médio e longo prazos, podendo assim proporcionar condições favoráveis à criação de um mercado de UAVs.
- No domínio do conceito alargado de segurança nacional há um incomensurável campo de aplicação para os UAVs, tanto de natureza militar como civil (“intelligence”, observação, reconhecimento, ataque, monitorização das culturas agrícolas e dos solos, prevenção e detecção de incêndios florestais, vigilância das fronteiras terrestres e marítimas e da ZEE, controlo das pescas, dos derrames de hidrocarbonetos e do contrabando e monitorização das consequências de catástrofes, etc.).
- A vocação eminentemente interministerial dos UAVs exige a definição de uma estratégia nacional para os UAVs, respostas governamentais coordenadas e integradas e um novo paradigma do sistema de “procurement” nacional. Este novo paradigma deverá incentivar o emprego de UAVs e promover a participação da base científico-tecnológica e industrial nacional no desenvolvimento de plataformas, sistemas e subsistemas para os UAVs, com base na optimização das sinergias civis e militares proporcionadas pelas novas tecnologias duais.
- Para um grande leque de tecnologias que incorporarão as plataformas e os sistemas e subsistemas dos UAVs, as PME nacionais são já hoje detentoras de competência científica e tecnológica suficientemente madura para transferir para o mercado.
- Por ausência de uma estratégia nacional integradora e mobilizadora de um programa nacional de UAVs, ficou patente a insuficiente ou mesmo falta de coordenação entre os vários agentes do sistema. Esta lacuna tem originado acções voluntaristas dispersas e fragmentadas, tanto do lado da procura como do lado da oferta, dificultando assim o aproveitamento coerente de sinergias e economias de escala que favoreçam a criação de um mercado de UAVs.
Dando continuidade a estas ideias-força, bem como ao desafio que o Ministro da Administração Interna lançou na Sessão de Encerramento, o Centro de Estudos EuroDefense-Portugal desencadeou a criação de um grupo informal de reflexão estratégica sobre veículos aéreos não-tripulados (GREVANT), o qual deverá envolver a participação de vários agentes e actores do sistema de “procurement” nacional, nomeadamente utilizadores civis e militares, sistema científico-tecnológico, indústria, centros nacionais de investigação e desenvolvimento e reguladores institucionais.
Organização
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