Economia da Defesa
Desde a sua fundação, há 25 anos, o Centro de Estudos EuroDefense-Portugal sempre conferiu a maior prioridade ao estudo, à reflexão e ao debate sobre a Economia da Defesa, tema de referência desta Newsletter.
Diria mesmo que, até à criação, em 2014, da idD-Plataforma das Indústrias de Defesa Nacionais, hoje, idD Portugal Defence, EuroDefense-Portugal era das poucas entidades públicas ou privadas que promovia encontros, mesas redondas, conferências e jornadas dedicadas a desenvolver o tema da dimensão estratégica do investimento na área da defesa, com especial atenção para a divulgação dos desafios e oportunidades que os fundos europeus oferecem ao sector tecnológico e industrial da defesa, ainda que inicialmente limitados a projetos de duplo uso (vide: Sínteses EuroDefense nºs 9, 10 e 11 / 2006 e 2007 e Cadernos EuroDefense nºs 2 -2000 e 14 – 2014).
O tema da economia de defesa aparece estreitamente ligado à reflexão que se tem vindo a fazer na Europa, com maior acuidade nos últimos 10 anos, sobre a ponderação das despesas militares, num cenário de escassos recursos e de necessidades prioritárias noutros sectores, designadamente, saúde, educação e setor social. Daí a importância de trazer a economia para a área da defesa, isto é, introduzir a análise económica no planeamento estratégico militar, a partir de uma visão global das necessidades das forças armadas para cumprirem as suas missões face aos recursos disponíveis.
Portanto, quando se fala de economia da defesa, do que se trata é compatibilizar a estratégia de defesa militar com a estratégia de desenvolvimento económico, ou seja, reconhecer que os investimentos na defesa nacional e nas forças armadas constituem um potencial económico para beneficiar outros sectores – as indústrias, as PMEs, o sector científico e tecnológico – sem prejuízo da sua finalidade principal que é a de dotar as Forças Armadas das capacidades necessárias para cumprirem as suas missões.
Nesta perspetiva e especialmente em tempos de austeridade e de crise, a despesa com a defesa deve ser vista não só como o preço a pagar por esse bem público essencial que é a segurança e a defesa nacional, mas também pelos benefícios macroeconómicos substanciais decorrentes dos investimentos e das despesas militares, especialmente, em termos de emprego altamente qualificado e de aquisição de novas capacidades de Investigação e Desenvolvimento e sua consequente expressão em inovação de matriz tecnológica.
Lisboa, 30 de novembro de 2022
António Figueiredo Lopes
Presidente da Direção
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